O deputado federal Sérgio Guerra assumiu neste domingo (28), no Recife, a presidência do PSDB de Pernambuco.
O parlamentar vem de dois mandatos na direção nacional do partido e acumulará as duas funções até o próximo mês quando o senador mineiro Aécio Neves, provável candidato tucano à Presidência da República em 2014, assumirá o cargo.
Agora, com a missão de fortalecer o PSDB no Estado, Sérgio Guerra acredita que o resultado eleitoral obtido pela legenda nas últimas eleições municipais (2012) “ajudará o partido a chegar mais competitivo na sucessão de 2014”.
O PSDB ficou em segundo lugar entre as legendas mais bem votadas nas eleições municipais de 2012 em Pernambuco.
Por essa razão, o dirigente tucano defende que o partido assuma claramente, ao longo deste ano, a candidatura de Aécio Neves à Presidência.
Para Guerra, as portas “já estão mais do que abertas para o senador mineiro” que precisa começar, de imediato, a fazer do PSDB “um partido maior, trabalhar as coligações proporcionais para fortalecer as bancadas no Legislativo e tornar a legenda mais conhecida em todo o Brasil”.
A urgência defendida por Guerra para que o PSDB se antecipe em anunciar seu pré-candidato à Presidência também reside no fato de Aécio Neves ainda ser um nome desconhecido no País. “Somente a Dilma (Rousseff) não tem problemas de desconhecimento.
Ela é conhecida por 97% dos brasileiros.
A Marina ainda tem algum problema, apesar de já ter disputado a eleição.
Mas tanto Eduardo (Campos) quanto Aécio é pouco conhecido do eleitorado no geral.
Já participei de campanhas para presidente, como por exemplo, a de Geraldo Alckmin (PSDB), e sei que o desconhecimento é um problema que deve ser resolvido com algum tempo. É bom que seja resolvido com brevidade porque não é algo fácil.
Por isso defendo que o partido tenha candidato a presidente da República ainda este ano”, justificou.
A possibilidade de mais de uma candidatura de oposição à Presidência - além da de Aécio Neves pelo PSDB, a do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a da ex-senadora Marina Silva -, é vista pelo deputado Sérgio Guerra como um fator que criará mais dificuldades para o PT.
Isso porque, na sua avaliação, “não será fácil para a presidente Dilma enfrentar uma eleição com Aécio no Sudeste e Eduardo no Nordeste”. “Aécio, Eduardo e Marina candidatos cria maiores desafios porque já não há mais reserva de mercado de votos (para o PT).
O candidato da oposição vai ter 30%, 40% ou até 45% dos votos.
O do governo poderá chegar a 55%.
Não há mais reserva (de votos).
Todos são candidatos e vão ter que fazer valer suas propostas.
Essa multiplicidade de candidaturas leva o eleitorado a decidir melhor sobre quem deve ser o presidente da República”, avaliou o presidente do PSDB.
Guerra, entretanto, ponderou o caminho que o governador Eduardo Campos escolheu para conduzir sua pré-candidatura presidencial.
Enxerga na postura crítica do socialista ao governo da presidente Dilma Rousseff, do qual o PSB faz parte, “não exatamente um projeto oportunista, mas sinceras dúvidas sobre aspectos do atual governo”. “O fato é que mais cedo ou mais tarde ele vai ter que resolver (se é governo ou oposição”), alertou.
FORÇA NO LEGISLATIVO Além da importância do projeto nacional, o presidente do PSDB pernambucano entende que a legenda deve se dedicar ao seu fortalecimento nas assembleias legislativas, Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Guerra reconhece a dificuldade que será o trabalho de montagem das chapas proporcionais para as eleições de 2014 e a atribui à “desordem partidária que caracteriza as eleições brasileiras”. “Não está fácil para o PSDB nem para os partidos maiores formarem chapas competitivas nas eleições proporcionais.
Então essa é nossa prioridade.
Vou ajudar nisso.
O PSDB e os partidos maiores desejam menos partidos e mais alianças. É o mais sensato, mas a insensatez não tem tamanho.
A insensatez são os partidos de aluguel, as legendas que vendem seu tempo de televisão.
Questões da democracia brasileira que infelizmente não estão sendo enfrentadas”, lamentou.
A convenção estadual do PSDB de Pernambuco ocorreu na sede do partido, no Recife, e contou com a presença de vários militantes, prefeitos, vereadores e deputados da legenda mas, principalmente, de integrantes da juventude tucana que agora passar a ter um comando no Recife.
O jovem Rodrigo Barros assumiu a presidência da al, considerada primordial pelo PSDB para o trabalho de fortalecer o partido na Região Metropolitana.