Foto: JC Imagem Questionada pelo Blog na última quarta-feira sobre por que a tarifa da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) teria sofrido um reajuste positivo em 0,79% enquanto na Bahia, nossos vizinhos fornecidos pela Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), também integrante do grupo Neoenergia, teriam comemorado um reajuste negativo de 10,53% na energia, a Aneel finalmente respondeu.

Apesar da demora, a Agência Nacional de Energia Elétrica respondeu que a diferença vem do custo da energia comprada pelas duas companhias - a energia térmica, muito representativa no mix da Celpe, teve aumento significativo.

Além disso, a Coelba ter se beneficiado da cota prevista na Lei 12.783.

Leia a resposta.

Com relação às diferenças de tarifas, se fossemos apontar um ponto principal seria com relação as despesas de Custo de Energia Comprada.

Para valorar este Custo, basicamente multiplica-se uma previsão de tarifa média, expressa em R$/MWh, por um montante de energia, expresso em MWh.

Para a Coelba, esse montante de energia caiu -4,48%, enquanto na Celpe caiu apenas 0,03% com relação à Revisão Tarifária Extraordinária (RTE), em janeiro de 2013.

Para a tarifa média, a Coelba teve um aumento de 10,65% enquanto a Celpe, um aumento de 14,29%.

Somando-se os dois efeitos, a Coelba apresentou uma variação de custo na energia comprada de 5,69% enquanto a Celpe, de 14,26%.

No caso da Coelba, a diminuição do montante deve-se à queda de perdas regulatórias e a migração de consumidores cativos para o mercado livre, e o menor aumento da tarifa média deve-se ao fato de que na RTE [Recomposição Tarifária Extraordinária] foi alocado um montante significativo de “Cota” (Lei 12.783), representando quase 50% da energia total da Coelba.

Em contrapartida, outras formas de contratação tiveram sua participação reduzida, como foi o caso dos Leilões (Contrato de Comercialização de Energia Elétrica - CCEAR passaram a representar menos de 25% da energia total), enquanto na Celpe, por exemplo, representa 52,68% do mix de compra de energia.

Nessa energia proveniente dos leilões, destaca-se a geração Térmica, muito representativa no mix de energia da Celpe e que apresentou variação significativa em seu preço devido ao aumento da previsão de PLD, contribuindo, dessa forma, para um impacto mais significativo na Celpe do que na Coelba.

Em números, a despesa com Energia Comprada impactou 1,44% na tarifa da COELBA, enquanto na CELPE o impacto foi de 7,68%.

Cabe ressaltar que estes custos incidem na Parcela A (Custos não gerenciáveis) de uma Distribuidora, portanto, são custos apenas repassados pelas empresas aos consumidores.

No que tange aos custos gerenciáveis (Parcela B), as duas empresas em questão tiveram variações próximas.

Abaixo transcrevo um parágrafo do Voto da Coelba explicando este ponto: “Assim, apesar do aumento dos custos previstos para energia térmica, constatou-se, adicionalmente, expressiva queda da energia requerida, de -4,48%, em relação à revisão tarifária extraordinária, o que pode ser explicado principalmente pela redução das perdas regulatórias e da saída de consumidores cativos para o mercado livre.” “Essa redução refletiu uma menor participação dos contratos de energia nova e velha no ambiente regulado (CCEAR) na composição da energia requerida, não impactando significativamente a Revisão.

Ressalta-se que foi considerada estimativa para a contratação do montante de reposição relativo ao CCEAR de energia existente, que se encerra em 2012 (Produto 2005 - 8 anos), em atendimento à REN nº 421, de 30/11/2010.