Foto: Bernardo Soares/JC Imagem Em conversa com o Blog, nesta quarta-feira (24), o deputado estadual e pastor Cleiton Collins (PSC) saiu em defesa da internação compulsória para viciados em crack em Pernambuco.
No entanto, o parlamentar pondera que só pode se posicionar a favor da ação no estado quando tiver certeza que o Governo esteja bem aparelhado para executá-lo. “O estado deveria fazer, desde que esteja aparelhado.
O indivíduo está morrendo e precisamos interver.
O crack não é como cocaína ou maconha.
O crack tira consciência própria, tira a pessoa de si, ela mata pai, mãe, tio”, afirmou. “Mas no momento sou contrário a ele [internamento compulsório], porque o estado não tem a estrutura necessária.
Mas sou a favor dele desde que o estado esteja bem aparelhado, com equipe multidisciplinar preparada.
Eu vendo que tem condições, eu mesmo faço o Projeto de Lei pelo internamento compulsório.” Pregando que o tema precisa ser discutido e com rapidez, Collins afirmou que de acordo com relatório feito pela vereadora do Recife Michele Collins (PP) a capital pernambucana conta com quase 500 “cracolândias”.
Um grupo de cinco deputados, integrantes da recém criada Frente Parlamentar em Defesa das Comunidades Terapêuticas, deve ir à São Paulo estudar como está acontecendo a internação compulsória no estado e fazer uma avaliação do que é necessário para que o trabalho seja implementado em Pernambuco.
Frente Parlamentar e comunidades terapêuticas Nesta terça-feira (23) a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou por unanimidade a criação da Frente Parlamentar em Defesa das Comunidades Terapêuticas, proposta por Cleiton Collins, que vai presidir a frente que conta ainda com os deputados Adalto Santos (PSB), Mery Gouveia (PSD), Pedro Serafim Neto (PDT) e Zé Maurício (PP).
Collins justifica a criação da frente por ver a necessidade de defender as comunidades terapêuticas. “Se existe alguma política direta de recuperação e tratamento de usuário, são as comunidades terapêuticas”, afirma, defendendo o financiamento das comunidades terapêuticas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em debate no Congresso. “Em Brasília há uma movimentação contrária ao trabalho realizado, pois alguns desses locais não têm condições de prestar a atenção necessária ao dependente químico e também por estas comunidades terem sempre uma igreja por trás.
Mas o problema ocorre na minoria dos locais.
As atividades realizadas por essas entidades são fundamentais na recuperação dos viciados”, afirmou. “Se serão inseridas no SUS ou não, tem de haver consideração.
E elas nem obrigam as pessoas a serem internadas”.
O objetivo da frente parlamentar é fazer o levantamento das comunidades e avaliar as que têm condições de entrar na rede de saúde.
O grupo deve produzir um documento e enviar para o Conselho Nacional Anti-drogas (Cnad) e também para o conselho estadual, já que qualquer política estadual sobre drogas é submetida ao conselho.
Entre as atividades do colegiado está prevista visita à cidade de São Paulo para avaliar o trabalho que tem sido desenvolvido pelo estado paulista com as comunidades terapêuticas e, também, estudar como está sendo realizada a internação compulsória.
A agenda do grupo será montada na próxima segunda-feira (29).
De acordo com o deputado, que tem relação próxima com muitas destas casas, disse que Pernambuco conta com mais de 70 comunidades terapêuticas.
No País o número ultrapassa os três mil.