Foto: reprodução Da Agência Estado Às vésperas da segunda rodada de votações na Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo recebeu, na terça-feira, 23, a informação de que a União Europeia vai apoiar o seu nome para a direção-geral da organização.

A adesão dos europeus, somada às declarações de voto da União das Nações Sul-americanas (Unasul) e da Comunidade do Caribe (Caricom, na sigla em inglês) e a boa influência do Brasil entre os países africanos, praticamente assegura a presença do embaixador brasileiro como um dos dois nomes finais para a escolha do novo diretor geral, na avaliação de diplomatas ouvidos pelo jornal O Estado de S.

Paulo.

Nessa reta final, o Itamaraty aposta em Azevêdo e na indonésia Mari Pangestu como os nomes que restarão depois dessa nova rodada de votações.

Na OMC, a escolha do diretor-geral é feita em etapas, nas quais os países indicam seus candidatos preferidos.

Os mais votados passam para a rodada seguinte.

Este ano, a eleição iniciou com nove nomes, reduzidos para cinco no início de abril.

Agora, a chamada “troica” - representantes do Paquistão, Suécia e Canadá, que coordenam a votação - pediu a indicação de dois candidatos.

O resultado será anunciado até a sexta-feira, 26.

A decisão dos europeus de votar em bloco tanto em Azevêdo quanto no mexicano Hermínio Blanco praticamente tira do páreo os candidatos da Nova Zelândia, Tim Groser, e da Coreia do Sul, Taeho Bark.

Restam Blanco, Pagesti e Azevêdo.

A aposta da União Europeia é por um candidato latino-americano, com o brasileiro ocupando o primeiro lugar do voto europeu.

Força A proximidade do Brasil com África e América Latina, no entanto, dá mais força ao brasileiro do que ao mexicano, e essa é a aposta do Itamaraty.

Apesar de ser considerado o candidato da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) o clube dos países mais ricos, Blanco não tem tanto trânsito nem é tão conhecido entre os europeus quanto Azevêdo.

Entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil também deve levar a maior parte dos votos, pelo menos como segunda opção.

Os russos tinham como preferência o neozelandês, mas numa última etapa devem escolher o Brasil.

China e Índia ainda são difíceis de prever, especialmente numa rodada final entre Indonésia e Brasil.

Apesar de as negociações serem consideradas positivas, nenhum dos dois países se comprometeu com Azevedo.

O brasileiro também virou uma espécie de candidato dos pequenos.

Países como Portugal, Macedônia e Romênia aderiram à campanha - os portugueses, especialmente, fizeram campanha entusiasmada por Azevedo.

Campanha Um movimento de última hora chegou a propor que a escolha fosse feita em quatro rodadas, e não três, como estava previsto inicialmente.

Com três favoritos - Brasil, México e Indonésia -, a ideia é que saíssem os três esta semana, depois se retirassem dois nomes, até a escolha final.

O governo brasileiro não aceitou a proposta.

A avaliação é que estender a campanha seria prejudicial.

Na terça-feira, 23, o México também não aceitou, o que enterrou a ideia.

Dentro do Itamaraty, a avaliação é que as chances de Azevêdo são muito boas, mas não é possível ainda fazer nenhuma aposta no resultado.

Em nenhum dos cenários, no entanto, a diplomacia brasileira vê o embaixador fora da rodada final.

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.