Foto: Arquivo familiar O Leitor Atento Breno, em carta enviada ao Blog, pergunta pelo busto de Nelcy da Silva Campos, o “herói pernambucano” que aceitou, sozinho, enfrentar as chamas que tomaram conta do Porto do Recife, em 1985.

O busto de Nelcy está no Marco Zero desde 2003, quando se completava 18 anos do feito.

Mas com as obras de reestruturação do Porto, o Leitor Atento não mais viu o busto de Nelcy.

E pede preservação da memória.

Leia matéria do NE10 em 2010: Feito heróico de pernambucano completa 25 anos Veja íntegra da carta enviada ao Blog.

Onde está o busto do Herói?

Em 2003, no dia 24 de setembro, data em que celebra-se o dia do marítimo, foi realizada no Marco Zero da capital pernambucana uma cerimônia para render homenagem póstuma ao prático Nelcy da Silva Campos, ocasião em que completava-se 18 anos de seu feito heroico, sendo com seu nome batizado o terminal marítimo de passageiros e colocado ali o seu busto.

Desde que foram iniciadas as obras de reestruturação do Porto do Recife, incluindo a inauguração de um novo terminal de passageiros - o mencionado acima encontrava-se obsoleto em função da profundidade do canal - tenho acompanhado movimentações da conversão do atual terminal em um centro de convenções.

Inicialmente seu cercamento nada estético, e eventualmente ao olhar pelas brechas era possível concluir que algumas pessoas faziam dali seu banheiro, aos menos curiosos, o que poderiam sentir era um costumeiro ar de abandono por parte do poder público.

Acontece que recentemente, numa dessas espiadas, procurei o busto do herói, que lá não estava.

Pergunto: 1.

Será transferido para o novo terminal a ser inaugurado, e que, eventualmente também teria seu nome? 2.

Concluída as obras do centro de convenções, que eventualmente também teria seu nome, seria recolocado em seu lugar de origem? 3.

Seria o busto transferido para local sem importância e relegado ao esquecimento uma década após sua colocação?

Espanta que muitos frequentem e reconheçam a importância histórica do Bairro do Recife, porém pouco é divulgado e sabido acerca de um evento ocorrido há apenas 28 anos naquele local, cujas redondezas ficaram sob ameaça de desaparecer.

A explosão de uma embarcação desencadearia catástrofe de projeção incalculável e inédita, para qual não havia até então, planos de contingências pelas autoridades competentes, obrigando-as a convocar todo o contingente do corpo de bombeiros do Estado e optar pelo último recurso disponível, recrutar altruístas para uma operação suicida.