O secretário de Educação de Jaboatão dos Guararapes, Francisco Amorim, enfrentou dificuldades para apresentar os projetos de implantação das escolas integrais e do Fundo Municipal de Educação, nesta terça-feira (23), durante audiência pública, na Câmara de Vereadores.

Com o plenário lotado por professores, estudantes e líderes comunitários, Amorim teve que ouvir críticas sobre a qualidade do ensino e suspeitas sobre a eficiência na implantação dos novos projetos.

As principais queixas fizeram referência à má remuneração dos professores, precariedade da infraestrutura das escolas e violência. “Somos a favor das escolas integrais, mas como vamos ampliar o serviço se o ensino regular já funciona sem as mínimas condições?”, afirmou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Jaboatão (Sinproja), Maristela Ângelo.

Professores no Plenário denunciaram que há uma escola que já foi assaltada 18 vezes, nos últimos quatro meses. “A prefeitura precisa investir no básico.

Hoje a segurança é um problema sério.

Nossas escolas estão dominadas pelos traficantes, que aliciam as crianças e ameaçam os professores”, comentaram.

Os educadores se queixaram também de “perseguição política”, uma vez que gestores estão sendo exonerados pelo simples fato de discordarem das determinações impostas pela Prefeitura. “A precariedade é total.

Hoje os professores fazem cotinhas para comprar água mineral e sofrem com a violência.

A prefeitura precisa corrigir as falhas do que existe hoje para depois implantar um projeto maior”, resumiu o vereador Róbson Leite.

Em resposta à críticas, o secretário disse que reconhece os problemas e enfatizou que a prefeitura administra hoje 160 prédios (escolas) sendo “natural” algumas dificuldades. “É uma máquina imensa e acontecem problemas.

Mas temos feito um esforço grande para melhorar as condições de ensino”, comentou.

Ele disse ainda que, apesar dos problemas existentes na rede, a implantação das escolas integrais é uma decisão política da prefeitura. “É um desafio.

E se não tomarmos a decisão hoje, isto nunca vai virar realidade.

Se esperarmos bom tempo, a gente não faz nunca.

Haverá falhas, mas vamos construir este projeto juntos, com estudantes, professores e comunidade”, finalizou.