O Conselho Monetário Nacional (CMN) prorrogou por 10 anos as dívidas dos agricultores atingidos pela seca.

Mas a Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) avalia que isso essa prorrogação não terá efeito para a Zona da Mata do Estado, já que só participa da ampliação dos prazos os agricultores dos municípios reconhecidos em emergência ou calamidade pública.

Como o governador Eduardo Campos declarou estado de emergência no Sertão e no Agreste, mas não na Zona da Mata, os canavieiros de 62 cidades desta região não serão beneficiados.

Terão benefício dos nove municípios reconhecidos, de acordo com análise da AFCP: Bom Jardim, Carpina, Limoeiro, Nazaré da Mata, Orobó, Paudalho, Passira, Pombos e Vicência, que foram reconhecidos nacionalmente em estado de emergência.

Aliança, Macaparana e Timbaúba aguardam a análise federal. “Apenas 12 cidades da Zona da Mata receberam decreto de emergência estadual”, reclama Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP, que informa que 20 dos 62 municípios com vocação canavieira decretaram emergência na esfera municipal e mais oito estão analisando ou providenciando a documentação.

As críticas, por isso, são direcionadas ao governador Eduardo Campos.

Segundo o órgão de classe, muitos canavieiros serão prejudicados devido à “insensibilidade do governo estadual em decretar estado de emergência na mesorregião”.

A seca provocou um déficit de 30% na produção dos fornecedores de cana do estado.

O dirigente lembra que há cinco meses havia feito a solicitação ao coordenador estadual de combate a seca, o secretário da Agricultura, Ranilson Ramos e ao próprio governador Eduardo Campos.