Foto: Guga Matos/JC Online Na última terça-feira (16) a Região Metropolitana do Recife lamentou o esvaziamento na primeira etapa da licitação das linhas de ônibus da RMR.

Discutida há mais de 10 anos e em processo de ser viabilizada há mais de cinco, o contrato de R$ 15 bilhões não interessou a ninguém.

A licitação, que agradou a sociedade por ser exigente, acabou esvaziada pelas empresas de transporte.

Fala-se de um boicote.

Empresários boicotam licitação das linhas de ônibus do Grande Recife Mas será que as exigências não podem ser feitas desde já, às atuais empresas?

Ou os contratos não preveem cobranças?

O Diretor-presidente do Consórcio Grande Recife, Nelson Barreto Coutinho Bezerra de Menezes, diz que não, “elas [as empresas] não são acobertadas pelo contrato.

Elas são obrigadas a fazer a programação que determinamos”, afirma.

E, de acordo com o diretor, as exigências são feitas, sim, “dentro das possibilidades” do Grande Recife. “Melhor qualidade a gente sempre está exigindo, dentro das nossas possibilidades, da nossa fiscalização, mudando as empresas que não atendem bem aos usuários, não cumprem o nosso regulamento”, disse o diretor.

No entanto, ele não soube citar uma empresa que tenha sido limada. “Não conheço nenhuma capital que tenha trocado empresa, só via licitação.

A troca é complicada, difícil”, recuou. “Tem todo um regulamento para trocar empresa.

Infelizmente a gente não encontra empresa de ônibus com a mesma facilidade que empresa de construção”.

Quando falou dos serviços ofertados pelas empresas de ônibus do Recife, ele explicou o que chama de “dentro das possibilidades”. “O usuário quer principalmente velocidade e regularidade no transporte.

Mas com o nosso trânsito a gente não consegue oferecer [e nem cobrar das empresas] isso”.

A culpa é, então, da gestão do tráfego, a cargo do poder público municipal. “Se um ônibus está programado para fazer uma viagem em uma hora, mas enfrenta um congestionamento e demora horas, não posso culpar as empresas.

Agora a Prefeitura está pensando em fazer corredores exclusivos preferenciais para os ônibus, dando maior velocidade.

Mas temos 5% de linhas o dia todo cujos horários não são cumpridos.

Estamos calculando, agora, o índice de linhas prejudicadas nos horários de pico”, disse Nelson Barreto, que aposta num índice em torno de 10% nesta pesquisa.

Faixas exclusivas de ônibus foram colocadas como solução.

Mas a restrição de veículos defendida pela Prefeitura sequer foi citada pelo diretor-presidente.

Ele afirma que são fiscalizados os horários de saída dos ônibus, duração de trajeto, chegada aos terminais.

As vistorias aos itens de segurança e conforto são feitas semestralmente.

A limpeza é diária.