Só nestes primeiros meses de 2013 Pernambuco registrou 11 assassinatos de homossexuais.

O Centro Estadual de Combate à Homofobia (CECH) avalia que muitos destes - senão todos - podem ter sido movidos pelo preconceito contra homossexuais, a homofobia.

Preocupados, tentarão estreitar diálogos com a Secretaria de Defesa Social (SDS) para formação de policiais.

O destaque negativo dos homicídios é o município do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, com maior número de ocorrências.

A última vítima foi o ator Marcelo José da Silva, de 39 anos, morto a facadas na praia de Enseada dos Corais.

Ator é encontrado morto na Praia de Enseada dos Corais Por conta dos números, uma audiência pública será realizada pelo CECH em parceria com a Prefeitura do Cabo e o Fórum LGBT de Pernambuco, para discutir formas de atuação e prevenção a este tipo de violência. “O CECH acredita na parceria com o movimento LGBT de Pernambuco e o diálogo permanente com o fórum para disseminação da temática na demais regiões do estado”, diz o coordenador do centro, o advogado Rhemo Guedes, esperançoso numa conscientização da população.

Formação de Policiais Um dos trabalhos que pode ajudar no combate à homofobia e detecção de ocorrências é a formação continuada dos policiais acerca da temática e do diálogo com o segmento LGBT.

O CECH avalia que o trabalho junto à Secretaria de Defesa Social (SDS) amplia a perspectiva da formação dos policiais nas discussões acerca dos homicídios.

De acordo com o coordenador do CECH, o advogado, Rhemo Guedes, o centro entende os casos como homofobia, por conta da vulnerabilidade LGBT frente ao preconceito e discriminação da sociedade. “Nas formações com a polícia iremos orientar como dialogar com o segmento no sentido da prevenção e solução dos crimes.

A ideia do Centro é atuar na prevenção”, diz Rhemo.

A homofobia pode ser apontada como resultado direto da exclusão social e da negação de direitos assegurados à população LGBT, tornando o grupo mais vulnerável a crimes que colocam em risco sua vida e integridade.

Segundo o corrdenador do CECH, o isolamento e invisibilidade da população LGBT representam outros fatores que colocam a vida em risco. “Os homossexuais sentem-se proibidos de exprimir seus sentimentos em público”, queixou-se. “Enxergamos a homofobia como um problema público de justiça e cidadania entre sociedade e governos”, completou.