Blog Imagem O vice-presidente nacional do Partido Social Cristão (PSC), Everaldo Pereira, reclamou, no programa CBN Total, com Aldo Vilela, que o deputado federal Marco Feliciano, do PSC de São Paulo, é vítima de intolerância na Câmara dos Deputados, desde que assumiu o comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias.

Fora do ar, citou como exemplo de intolerância as manifestações contrárias a presença da blogueira cubana Yoani Sanches no Brasil. “Há uma militância raivosa e radical”, afirmou. “Nesta quarta-feira, os militantes do PSC mostraram (na Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados) como se faz uma manifestação educada.

Colocaram lá seus cartazes, em silêncio, deram seu recado.

Já os outros (os militantes contra Feliciano) são baderneiros, não tem respeito, são pessoas vinculadas ao PT ou ao PSOL, incentivadas por deputados, para fazer arruaça, subindo nas mesas e gritando palavrões”, disse. “Sem atropelar o trabalho da CCJ, manifestamos a nossa divergência.

Um cristão não tem espírito de briga, deve dar a outra face, mas não temos como não rebater essa intolerância contra o deputado.

O problema é que alguns movimentos perderam o monopólio da comissão e estão se manifestando.

Mas graças a Deus vivemos em uma democracia”, disse.

Na avaliação do deputado, o clima de pressão está baixando.

No ar, o líder partidário do PSC soltou uma farpa contra o deputado federal baiano Jean Willis, do PSOL, que apresenta-se como principal contendor de Feliciano, defendendo causas gays na Câmara Federal.

Ele citou um caso que provaria que o partido não tem preconceito com homossexuais e que o parlamentar do PSOL é um patrulhador. “Em Salvador, na Bahia, havia um rapaz, de nome Fabety Boca de Motor, assumidamente gay, que nos procurou para ser candidato a vereador.

Demos a legenda e ele obteve 1,2 mil votos (na verdade 1,473 mil votos) nas eleições de 2012.

Depois eles nos contou que o Jean Willis (eleito pelo PSOL da Bahia) ligou para ele e protestou (por ele ter saído como candidato pelo PSC).

Ele respondeu que no PSC ele era melhor tratado do que entre eles”, asseverou.

Participando do mesmo debate com o líder do PSC, o presidente municipal do PT, Oscar Barreto adotou uma postura light de crítica a Marcos Feliciano, pedindo que não se misturasse política com religião, uma vez que se vive em um estado laico. “Essa discussão (envolvendo religião e política) é ruim para democracia brasileira, porque o Estado tem que ser laico.

Eu fui cristão e não sou mais.

Hoje sou da Jurema Sagrada e do Candomblé (religiões afro).

O que defendo é que temos que ter uma agenda real de discussão dos temas do povo e não das corporações ou de grupos”, bateu, com classe.

Entretanto, Oscar Barreto concordou que os atos dos militantes não podem ser agressivos nem podem atacar ninguém.

Na prática, o deputado federal Feliciano já perdeu o apoio de vários integrantes.

Sete já abandonaram a comissão.

Dois permanecem ao seu lado.

Everaldo Pereira disse que Feliciano não estava ali para defender pontos de vista religiosos. “Não misturamos religião com política.

Além disto, ele não pode impor o que ele pensa porque tudo vai para o voto”.

Apesar desta observação, nesta quarta-feira, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Marco Feliciano, indicou um evangélico para relatar o projeto de lei de um deputado do PT que prevê a regulamentação da prostituição (PL 4211).

O pastor também negou que Feliciano seja racista, o que é crime inafiançável. “Ele estava comentando uma tese teológica.

Ele não disse que os negros são amaldiçoados.

Marco Feliciano não tem o mínimo de ranço de racismo.

Se tivesse, seria o primeiro a ser expulso do PSC”, garantiu.

Everaldo Pereira evitou dizer quanto o partido espera crescer, nas próximas eleições, com a polêmica envolvendo o nome de Feliciano. “Em 2002, elegemos um deputado federal.

Em 2006, foram nove.

Em 2010, foram 17 deputados federais. É a rota natural do partido”, disse.

No caso de Pernambuco, o dirigente nacional chegou a defender que o ex-prefeito do Cabo, Lula Cabral, aceitasse disputar o governo do Estado, em 2014, embora se saiba que ele deve mesmo sair candidato a deputado federal.