Vias públicas desobstruídas: um pressuposto para políticas de mobilidade urbana Mobilidade urbana é tema da moda nos grandes centros do país.

Muitas ideias surgem para o enfrentamento do problema, todas baseadas na insuficiência de vias públicas diante da crescente frota de veículos automotores brasileira.

Mas, como sabido, construir ou alargar vias públicas não é tarefa fácil.

Há uma burocracia a ser enfrentada: desapropriações, licitações, o que demanda tempo e sacrifício de recursos que poderiam ser aplicados, por exemplo, em saúde ou educação.

Nada disso é novidade.

O que causa espécie, no entanto, é que, no Recife, parte desse problema poderia ser evitado se não fosse a postura do Executivo que, de um modo geral, sempre se mostrou omisso diante de invasões de vias públicas.

A rua Antônio Nogueira, na Várzea, é um dos vários casos espalhados pela cidade.

Aquela rua, que deveria servir de ligação com a Rua General Polidoro (transversal à Av.

Caxangá), há tempos foi tomada por barracas.

Simples assim: fecharam a rua e ponto final.

Uma “privatição”, por assim dizer.

Outra situação absurda é a da rua Petronila Botelho, Campo Grande, nas proximidades do Arruda.

Embora já tenha sido alvo de matéria do Jornal do Commercio, no ano passado, ainda não se tem notícias de medidas do poder público diante da obstrução de um dos sentidos daquela rua, que, não fosse a invasão de diversas barracas, poderia facilitar - e muito - o tráfego na região do Arruda.

A nova administração municipal do Recife, portanto, deve atentar para esses aspectos e às possibilidades de atuação.

Afinal, quando o poder público efetivamente se dispõe a atuar na área da mobilidade/urbanização, ele assim o faz, e por vezes com maestria.

Que o diga, por exemplo, a recente retirada de construções irregulares da Rua Gomes Pacheco, no Espinheiro/Torreão, abrindo mais uma via na cidade e ao mesmo tempo disponibilizando esgotamento sanitário, calçamento, isto é, dignidade aos moradores da região.

Vê-se, portanto, que o enfrentamento do problema das invasões de vias públicas, além de garantir o direito de ir e vir da população, também serve para viabilizar o acesso a serviços públicos básicos, como os de coleta de lixo, esgotamento sanitário, iluminação pública e etc.

Agredecido pela atenção e pelo espaço, Frederico Antônio de Menezes Gomes Júnior Servidor Público Federal - Morador de Casa Amarela