Por Daniel Coelho, deputado estadual pelo PSDB e líder da oposição na Assembleia Legislativa, especial para o Blog de Jamildo O estado de Nebraska tem 200.520 km² e 1,7 milhões de habitantes, sendo esparsamente povoado e majoritariamente rural.
Viemos para esse estado americano com o fim de entender como cidades pequenas podem ser bem administradas.
Chegando a Grand Island, município com pouco mais de 40 mil habitantes, ficou claro que a infraestrutura que eles possuem nada parece com o que podemos encontrar em cidades desse porte no Brasil.
Excelentes ruas, parques e policiamento.
Mas como fazer isso em cidades tão pequenas?
O Brasil hoje fala na inviabilidade econômica de seus menores municípios.
Mas porque tanta diferença?
Não podemos desconsiderar o fator riqueza.
Os Estados Unidos é um país muito mais rico que o nosso.
Mas será que é apenas isso?
De forma alguma.
Eles têm mais dinheiro, mas também possuem uma estrutura muito mais enxuta e eficiente.
Começando pela figura do prefeito, que em cidades desse porte, junto com os vereadores, são voluntários.
Não recebem salários.
Atividades normalmente exercidas por aposentados, que decidem dedicar seu tempo à comunidade.
O prefeito não tem poder de decisão.
Ele preside semanalmente uma reunião publica com a presença da população e dos vereadores que, coletivamente, decidem onde investir o dinheiro de todos.
A cidade tem um gerente, escolhido pelo prefeito.
Essa, na verdade, é sua principal atribuição: contratar o gerente.
Este sim ganha um bom salário, mas trabalha distante da política, implementando o que foi decidido na reunião entre prefeito, vereadores e população.
Outro aspecto que chama atenção é a quantidade de funcionários da prefeitura.
Para Grand Island, são apenas 500, contando com polícia, bombeiros e até com os que trabalham numa usina municipal de produção de energia – que, diferente das companhias brasileiras, não foi privatizada.
Este é o verdadeiro contraste: o Brasil, um pais pobre, tem em cidades de até 15 mil habitantes todos querendo ganhar algo da prefeitura, começando pelo prefeito.
Claro que essa conta não fecha.
A discussão de um novo pacto federativo no Brasil tem que começar com enxugamento de nossas prefeituras, que não podem ter tantos funcionários remunerados.
Não acho que devemos, explicitamente, copiar o sistema de outros países.
Mas, pelo menos, aprender com eles.