Foto: Igo Bione/JC Imagem Em passagem pelo Recife nesta segunda-feira (15), o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) não só fez uma defesa contundente do legado do PT no comando do governo federal como destilou críticas ao governador Eduardo Campos (PSB).

Em entrevista à imprensa na chegada ao Recife Mar Hotel, o petista tratou de desconstruir o discurso do socialista de que é possível fazer mais e melhor pelo Brasil, apresentado em inserções na televisão semana passada.

Dirceu segue com agenda em Pernambuco nesta terça e quarta “Pernambuco também pode fazer mais e melhor.

Não é só no Brasil.

Ou Pernambuco não tem problemas?

Claro que todos os governos cometem erros, insuficiência e tem problemas.

Agora, o que fazer com o desenvolvimento do País, com a inflação, com educação e tecnologia, com a infraestrutura?”, questionou.

Assim como outras lideranças do PT, o ex-ministro destacou que os avanços do Nordeste, como rodovias, hidrelétricas, ferrovias e refinarias, foram viabilizados pela administração petista. “Aliás, esta é uma dívida que o País tinha com o Nordeste.

Não fizemos mais do que nossa obrigação.

Eu não acredito que o povo do Nordeste veja o governo do presidente Lula e da presidente Dilma como um governo que ele não deva reconduzir e reeleger.

Acho que temos maioria no Nordeste para reeleger Dilma”, avaliou.

Ao mesmo tempo em que criticou o discurso eleitoral do governador, Dirceu defendeu que ele tem “direito” de querer disputar a eleição, mas enfatizou que o PT quer manter a aliança. “O presidente Lula tem reiterado isso [o desejo de manter a coalizão].

Muitos petistas defendem, inclusive, que Eduardo seja o candidato em 2018 do grupo”, disse, desconversando ao ser questionado de defende a candidatura do governador após a reeleição de Dilma.

Durante palestra de quase uma hora para um auditório lotado e que o ovacionou, Dirceu - condenado a dez anos de prisão no julgamento do Mensalão - disse que a oposição está criando mitos para deixar a população temerosa em torno de apagões, do desmantelamento da Petrobras e da inflação. “Por que a inflação do Brasil é 4% e não 2%?

Por causa do choque de ofertas, além de questões como seca e chuva que afetam a produção”, defendeu, afirmando que o PT “refundou o Estado brasileiro”.

No discurso, ele voltou a alfinetar o governador Eduardo Campos ao declarar que “não é tão simples” se candidatar. “Uma coisa é ter boa vontade da mídia, outra é a realidade eleitoral”, observou.

Para ele, Eduardo e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) não devem bater Dilma na eleição, porque, no Sudeste, o socialista não tem voto, enquanto que o tucano não ganha votos no Nordeste.

Ao mesmo tempo, para ele, Dilma tem palanques fortes em todas as regiões.