Desde que assumiu a presidência da República, com Lula, em 2003, o Partido dos Trabalhadores (PT) sempre liderou a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara Federal.
As bandeiras da comissão estão ligadas às bandeiras do PT.
Mas com a aproximação das eleições presidenciais de 2014 e a rearrumação nos ministérios, o PT, para fazer um agrado ao aliado PSC, resolveu abrir um espaço de destaque para o Partido Social Cristão: a presidência da Comissão de Direitos Humanos.
O que provavelmente o PT não calculou é que seu arrumadinho político abria espaço para o deputado federal e pastor Marcos Feliciano (PSC de São Paulo) discursar, como presidente da referida comissão, contra as bandeiras historicamentes ligadas à causa que deu origem à comissão.
E agora quer correr atrás do prejuízo.
Deputado pernambucano pede manutenção de Marcos Feliciano na Comissão de Direitos Humanos Feliciano aprova requerimento proibindo entrada de público em sessões da Comissão, com ajuda pernambucana PSC em Pernambuco defende saída de Marco Feliciano da Comissão de Direitos Humanos da Câmara O setorial de Direitos Humanos do PT Pernambuco apresentou, esta semana, uma carta de repúdio à permanência do deputado Marcos Feliciano a frente da CDHM.
Liderado por Eleonora Pereira da Silva, o setorial usa como justificativa as “evidentes demonstrações de inspiração lesiva e discriminatória produzidas por este através de seus posicionamentos contrários a todo o histórico de luta estabelecido nos últimos anos no âmbito dos Direitos Humanos no Brasil”.
O grupo pede a saída de Feliciano para que a CDMH, criada desde 1995, siga como um órgão de referência e de instância qualificada na defesa da violação dos direitos.
Os petistas afirmam que cabem a grupos historicamente conhecidos por suas condições de vulnerabilidade a posição de liderança na comissão.
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