No Jornal do Commercio desta sexta-feira O senador Aécio Neves (MG), pré-candidato tucano à Presidência, e a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que representou a presidente Dilma, aproveitaram ontem a convenção do PP para assediar o partido.

No evento, o PP elegeu o senador Ciro Nogueira (PI) presidente da legenda, mas o cerco do presidenciável do PSDB e da ministra chamaram mais a atenção.

Nogueira substituiu o senador Francisco Dornelles (RJ) na direção da sigla.

Ideli fez juras de amor ao partido. “Queremos continuar juntos, por bem do Brasil e por muito tempo”, disse ela, logo após lembrar que o PP é um dos partidos mais fiéis nas votações difíceis no Congresso e que “faz um trabalho excelente” no Ministério das Cidades.

Aécio chegou à convenção logo depois da saída de Ideli e não perdeu tempo no assédio ao partido, que foi presidido por Dornelles, seu tio. “Não enxergo o Brasil justo e solidário sem o PP junto com o PSDB”, afirmou.

O tucano foi aplaudido, mas não obteve nenhuma garantia de uma futura aliança.

O assédio do presidenciável do PSDB continuou à tarde, durante um seminário promovido pelo PPS, partido que atua na oposição de forma radical.

Dessa vez, o governo não apareceu.

Mas o líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), foi representando o governador Eduardo Campos.

Depois de enaltecer a união do PSB e do PPS, Albuquerque afirmou que seu partido não é candidato a sublegenda. “Também não está condenado à escravidão do governo.” Um pouco mais ousado do que de costume, Aécio anunciou que é candidato à presidência do PSDB e que deverá ser eleito no dia 19 de maio.

E falou como pré-candidato ao Planalto: “Vamos disputar e vencer a eleição.

Juntos, ao lado um do outro”. “Nossa parceria existiu no passado, existe no presente e existirá no futuro, a depender do PSDB”, completou mineiro.

O ex-governador José Serra havia sido convidado a participar do evento, mas alegou que não poderia viajar por problemas de saúde.

No encontro do PPS, Aécio voltou a criticar o governo.

Disse que a presidente “é leniente com a inflação” e que, para os que têm renda até dois salários mínimos e meio, a taxa já chegou a 14%.

Acusou o governo de não ter seriedade nem firmeza, de viver num mundo virtual, sem compromisso com a ética e com o crescimento econômico. “O PSDB, o PPS, o DEM e outras forças de oposição têm o dever de apresentar ao Brasil um projeto alternativo a este que está aí”, disse.

Fotos: reprodução