O pano das ilusões caiu, na enésima audiência pública realizada para debater o projeto Novo Recife.
Aquelas pessoas que se julgavam representantes do povo do Coque viram as próprias pessoas do Coque afirmarem, em público, na Câmara Municipal do Recife, que querem o projeto saia do papel.
Os líderes comunitários criticaram na verdade o projeto da nova sede da OAB no local.
Uma dos questionamentos disse respeito à falta de ações mitigadoras, ao contrário do que ocorreu com o projeto privado, objeto de intensa campanha ocntrária, pelas redes sociais.
Chegou a ter barraco, quando um militante insinuou que um dos líderes comunitários estivesse defedendo o projeto por ter sido cooptado.
O debate ocorreu na manhã de hoje na Câmara Municipal do Recife.
O Plenarinho ficou pequeno para abrigar os participantes que estiveram na audiência pública, realizada pela vereadora Aline Mariano (PSDB).
O encontro contou com a presença de representantes da Prefeitura do Recife, da seccional pernambucana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PE), do DNIT, do consórcio de empresas responsável pela obra, de um grupo de pressão e diversos vereadores recifenses.
O MPPE não apareceu.
A tucana acredita que ao menos um ponto ficou evidente neste debate. “A população participou intensamente, em especial membros das comunidades do entorno da obra – Coque, São José, Pina, Cabanga e Coelhos.
Todos que assim desejaram, tiveram o direito de se inscrever para apresentar questionamentos ou externar opiniões.
O que ficou claro é que as pessoas não querem que está área onde será efetivado o projeto fique abandonada.
A discussão não tem a ver com o uso do local”, assegurou Aline. “O que se espera debater é que mudanças serão feitas e como serão feitas.
As pessoas querem debater o modelo de cidade ideal para o Recife e o planejamento urbano necessário para alcançá-lo”, completou. “Foram quatro horas de audiência, na qual discutimos, ouvimos e exercitamos o contraditório”, destacou a vereadora. “Lamentamos apenas a falta de representantes do Ministério Público”, pontuou. “Agora daremos alguns encaminhamentos”, explicou Aline. “Vamos enviar cópias da ata da reunião para as instituições envolvidas no projeto, até para tentar obter um posicionamento definitivo sobre esse projeto que já se arrasta há anos”, afirmou a parlamentar.
A parlamentar afirmou ainda que as medidas mitigadoras previstas, que segundo os representantes do consórcio garantiriam o montante de R$ 2 milhões para investimentos públicos, também merecem ser revistas. “Caso esse projeto seja de fato executado, acredito que seja possível ampliar esse valor, garantindo mais benefícios para as comunidades do entorno”, finalizou a tucana.