O vereador Raul Jungmann (PPS) prometeu ir à sede da Policia Federal na tarde desta quarta-feira (10), para pedir abertura de investigação acerca de denúncia de grilagem que estaria ocorrendo na Ilha do Zeca.

A área do Recife não conta com edificações.

O vereador diz que denunciará a existência de falsificação de escrituras de propriedade da área do terreno da Ilha.

No entendimento do vereador de oposição, a ilha é território da União.

A reunião do vereador na Polícia Federal acontecerá às 14h30, na sede da PF, no bairro do Recife. “A medida tomada pelo ex-prefeito João da Costa, no final de sua gestão, suspende a proteção ambiental da Ilha do Zeca, a última ilha ainda desabitada na cidade do Recife.

A partir do decreto do ex-prefeito, editado em outubro do ano passado, poderão ser construídos edifícios com até 28 andares na Ilha do Zeca, que era caracterizada como uma Zona de Proteção Ambiental (ZEPA)”, diz o vereador.

Entenda a polêmica A Prefeitura do Recife autorizou, por decreto, construção de prédios de até 28 pavimentos (cerca de 80 metros de altura) na Ilha do Zeca, em Afogados, bairro da Zona Oeste da cidade.

Com 25 hectares e cercado por mangue, o lugar é considerado Unidade de Conservação da Natureza, na categoria de Área de Relevante Interesse Ecológico.

A ilha é desabitada e a única da capital pernambucana sem nenhuma edificação.

Pelo decreto, 60% das terras da Ilha do Zeca são destinadas à implantação de uma Área Pública de Lazer e 40% são liberadas para construções do tipo residencial, misto e não habitacional.

A Área de Uso Privado, onde a prefeitura permite edificações, corresponde a 10 hectares (quase uma vez e meia o tamanho do Parque da Jaqueira, Zona Norte do Recife), dos quais 70% devem ser mantidos como solo natural.

De acordo com o secretário-executivo de Sustentabilidade do Recife, Maurício Guerra, não há projeto licenciado para a Ilha do Zeca.

Projeto de construção para o local, anterior aos decretos, passou pela Secretaria de Meio Ambiente para ser analisado e foi devolvido para a regional da Diretoria de Controle Urbano por não atender requisitos da faixa de Área de Preservação Permanente (APP). “O município legisla sobre uso e ocupação do território, induzindo ou restringindo as atividades.

Na Ilha do Zeca, a compreensão da gestão, em 2008 e em 2012, foi de compatibilizar construção com preservação”, afirma Maurício Guerra. “A melhor forma de conservar é usar, sem agredir o ambiente e com equilíbrio”, completa o secretário-executivo de Unidades Protegidas do Recife, Romero Pereira.