No jornal Valor O governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) voltou hoje a criticar indiretamente o governo federal e o PT ao participar de um seminário de seu partido no Rio.

Em seu discurso de abertura, Campos afirmou que o PSB não quer apenas chegar ao poder. “No PSB não encanta um projeto de poder e sim um projeto de nação e que o povo esteja no centro do projeto”, afirmou. “Temos consciência de que não está tudo resolvido.

Tem muita fábrica de desigualdade construída neste país”.

Campos foi recebido por seus partidários, no evento batizado de Diálogos do Desenvolvimento Brasileiro, realizado na PUC-RJ, com gritos “um passo à frente, Eduardo presidente”.

Apesar disso, o governador afirmou que não quer antecipar o processo eleitoral. “Vamos deixar 2014 para 2014.

Nada que se vai discutir em 2013 valerá para 2014”.

O evento é o primeiro de uma série de dez que o PSB vai fazer pelo país para discutir economia e um projeto social nacional. “É a primeira vez que o partido faz um evento tão grande”, disse ele.

Segundo o governador, houve disputa entre os Estados para a realização do evento. “Não vamos nos intimidar com quem queira impor ao partido algo diferente”, disse o governador em seu discurso, se referindo às críticas de quem vem dizendo que o partido está se antecipando.

O governador também voltou a falar da crise econômica mundial. “Temos que compreender que a crise já chegou ao Brasil”.

Campos afirmou que é preciso debater o problema do ponto de vista do futuro e não do ponto de vista eleitoral. “Temos que debater o que queremos da humanidade nos próximos séculos”.

Campos elogiou a decisão do governo federal de liberar verbas para luta a contra a seca no Nordeste e as recentes viagens da presidente Dilma Rousseff (PT) à região. “É natural que numa região que tem 1.400 municípios em calamidade, que receba apoio”, afirmou. “Estamos no segundo ano de estiagem e precisamos de medidas emergenciais”.

Questionado sobre a possibilidade de o senador Lindbergh Farias (PT) migrar para o PSB caso o PT o impeça de se candidatar em função da exigência do PMDB de que o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) seja o único candidato no Rio, o governador sorriu e disse esperar que o senador resolva o problema dele com seu partido. “Não seria educado de minha parte dar opinião sobre isso agora.

Eu estive com o Lindbergh, quando ele foi a Pernambuco, mas não conversamos sobre este assunto”, disse o governador.

Hoje, no fim do dia, o governador volta a Pernambuco, mas na segunda vai a São Paulo, num evento da Força Sindical, e na terça a Porto Alegre, para participar de eventos com empresários locais.