Foto: reprodução Por Bruna Serra e Juliane Menezes No Jornal do Commercio desta quinta-feira Figura que ganha destaque a cada incursão da presidente Dilma Rousseff (PT) ao Nordeste, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), está sob fogo cruzado, recebendo críticas diárias de correligonários.

Desde que começou a fazer uma defesa intensa do governo federal nos palanques da região, o ministro tornou-se alvo de especulações de que poderia deixar o PSB rumo ao PT, tão grande a sua sintonia com a administração da presidente Dilma.

Ontem, foi a vez do prefeito de São Lourenço da Mata, Ettore Labanca (PSB), disparar sem meias palavras contra o ministro.

O prefeito afirmou que não se espantaria com uma eventual mudança de partido de Fernando Bezerra. “Ele já fez muita idas e vindas.

Uma a mais, uma a menos, não é novidade.

Ele já foi do PFL, PDS, PMDB.

Já foi parte de vários governos.

Então, mais um passo que ele der não é novidade nenhuma para o PSB”, atacou o gestor, em entrevista à Rádio Folha.

As declarações do prefeito de São Lourenço da Mata - político que tem muita afinidade com o governador Eduardo Campos (PSB) - foram dadas um dia após as críticas do presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota (PSB), que cobrou de Bezerra e do governo federal mais rapidez nos repasses dos recursos de combate à seca.

Patriota chegou a se reunir com Bezerra Coelho antes da reunião do conselho da Sudene, na última terça-feira, em Fortaleza, para reforçar a necessidade de a verba chegar aos cofres municipais.

Apesar de não tecer críticas diretas, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), disse compreender a grita dos prefeitos com o ministro. “Vejo com muita serenidade a posição da Amupe.

O que aconteceu foi uma coisa pontual.

Patriota expressou que tinha uma expectativa diferente da conversa que teve com Fernando.

E que essa expectativa não se refletiu nos anúncios”, apontou.

O PSB, assim, vai conduzindo o ministro a uma tomada de decisão.

Isso porque é inequívoca a influência do governador sobre as declarações de Patriota.

Foi Eduardo que viabilizou a chegada dele, prefeito de Afogados da Ingazeira, ao comando da instituição.

O prefeito não se manifestaria contra o ministro sem o aval do Palácio. É também conhecida a proximidade do governador com Labanca, que na última segunda-feira já havia criticado a prorrogação da isenção do IPI sobre a indústria automobilística.