Por Ricardo Gueiros Jr, advogado Até algum tempo atrás os cursos de Direito, Medicina e Engenharia eram nobres.

Contudo, a partir dos anos 90, e, mais acentuadamente, nos anos 2000, as indústrias das faculdades começaram a formar bacharéis sem a menor qualificação.

O resultado disso é visto no último exame da OAB, onde apenas 7% dos inscritos conseguiram aprovação.

Com o advento das indústrias das faculdades e, posteriormente, dos concursos públicos, matérias como filosofia, sociologia e hermenêutica são veementemente desprezadas.

Não distante, o acúmulo de processos e a falta de servidores e juízes no poder judiciário fazem com que sentenças pobres de fundamentação sejam publicadas diariamente apenas para dar uma satisfação à sociedade e ao CNJ.

Se por um lado o Direito no mundo evolui, no Brasil retrai. É bastante sombrio o futuro dos bacharéis em Direito.

São raros hoje no Brasil os Pontes de Miranda, Miguel Reale, Evaristo Moraes, entre outros, pois o mercado não comporta.

A hermenêutica há muito foi desprezada.

Ora, ou o Governo Federal toma uma medida enérgica para coibir e repelir as más faculdades, ou o Brasil andará em um descompasso pleno com a evolução do Direito mundial, o que é triste, pois o Direito normatiza o viver em sociedade.

Jamais teremos uma sociedade justa e democrática se o futuro do Direito e os advogados do futuro continuarem, em sua maioria, recebendo essa pobre formação, E mais, o Governo Federal de braços cruzados presenciando o caos.