Nesta terça-feira (2), a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), sancionou a Medida Provisória 582, que desonerou as folhas salariais de diversos setores da economia.

Mas o tópico que desonerava hospitais foi vetado.

O veto desagradou o setor hospitalar.

O presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo (SINDHOSP), Yussif Ali Mere Jr., reclamou que a saúde está sendo relegada a um segundo plano pelo governo federal. “É lamentável (…).

A grande maioria dos hospitais é de pequeno ou médio porte e enfrenta sérias dificuldades financeiras, principalmente os que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS).

Mesmo assim a União não se sensibiliza com a causa da saúde e mostra que ela, definitivamente, não é prioridade do governo”, reclamou.

O Sindicato acompanhava o trâmite da então MP, que graças a uma emenda parlamentar incluiu os serviços médico-hospitalares.

Sua aprovação pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal criou grande expectativa no setor, frustrada agora pelo veto presidencial.

Leia: Para estimular o PIB, Dilma desonera folha para setores da economia Yussif Ali Mere Jr. afirma que as santas casas e demais hospitais que atendem SUS em São Paulo prometem paralisar o atendimento à população na próxima segunda-feira (8), em advertência ao descaso das autoridades com relação aos baixos valores praticados pela tabela SUS, que repassa aos hospitais pouco mais de 50% do valor financeiro efetivamente gasto para manter atendimento à população.

Antes, já na próxima quinta-feira (5), um mutirão na Praça da Sé, na capital paulista, pretende coletar assinaturas em prol de um projeto de lei popular que prevê a destinação de 10% das receitas correntes brutas da União para a saúde.

Várias entidades médicas integram o movimento.

Hoje, 8,7% do PIB é destinado à pasta.

Eles argumentam que o atual número é inferior à média dos países africanos (10,6%).

Nosso investimento per capita no Brasil é de US$ 477, quando a média mundial é de US$ 716. “A desoneração da folha de salários aliviaria um pouco a já difícil situação do setor”, afirma o dirigente do SINDHOSP.

Ele ainda lembra que a saúde é o segmento econômico que tem a maior carga tributária, quando comparado aos demais, apesar do seu relevante papel social.

Estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) mostrou que enquanto o Brasil taxa o setor em 33%, países desenvolvidos, como EUA e Japão, registram uma arrecadação sobre a saúde de 12% e 13%, respectivamente.