Os empresários nacionais do setor aprovaram o novo marco regulatório dos portos, proposto pelo governo Dilma.

O tema dominou os debates no primeiro dia da Intermodal South America 2013, segundo maior evento do mundo para os setores de logística, transporte de cargas e comércio exterior, que começou nesta terça, no Transamerica Expo Center, em São Paulo.

A principal questão era Qual será o futuro dos portos brasileiros com as mudanças trazidas pela Medida Provisória 595, a chamada MP dos Portos?

O presidente do Conselho de Administração da Logz Logística, Nelson Luiz Carlini, é um entusiasta da MP e pediu uma participação mais efetiva da iniciativa privada. “O governo está nos perguntando: qual o melhor instrumento para se aperfeiçoar o sistema?

Quem sabe disso somos nós, mas somos incapazes de conceder qualquer coisa!

Temos que abrir e ampliar o debate?, destacou durante o painel Perspectivas e Investimentos no Setor da Conferência InfraPortos, um dos eventos de conteúdo paralelos à Intermodal.

Para o diretor de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Roberto Giannetti, a segurança jurídica é o grande avanço trazido pela medida provisória. “Nós, da indústria, queremos regras fixas e perenes.

Em encontros como a Intermodal podemos avaliar os impactos disso e extrair um resultado positivo, que é a consolidação de um ambiente competitivo e seguro para os investidores”, disse.

O diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Pedro Brito, vai pelo mesmo caminho: “O Brasil precisa apresentar padrões de competitividade.

Com um marco regulatório claro, o investidor tem regras claras e a certeza de que serão cumpridas.

Além disso, vai permitir um planejamento.

O ideal é seguir a tendência dos melhores portos do mundo, onde se pensa os complexos para um período de 50 anos”.

Marcelo Perrupato e Silva, secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes, acredita que a medida provisória vai consolidar o reconhecimento internacional do País. “O Brasil já é bem visto pelo mercado internacional.

Quando mudamos com muita frequência as regras do jogo, os investimentos não acontecem com a velocidade que gostaríamos.

O marco regulatório acaba com isso e devolve confiança a iniciativa privada”, explicou.

O diretor executivo do Centronave (Centro Nacional de Navegação), Claudio Loureiro de Souza, também é um defensor da medida provisória. “Acreditamos que a competição é a melhor proteção do setor.

Apoiamos a MP porque viabilizará novos investimentos?.

Ele ressaltou a importância de outra medida tomada recentemente pelo Governo Federal: a criação da Comissão Nacional de Autoridade dos Portos (Conaportos).

Foi muito bem-vinda, pois vai promover uma mudança cultural e ajudar na desburocratização dos processos”, afirmou.

O presidente da Abtra (Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados), Luis Augusto de Camargo Opice, chamou a atenção, durante concorrido debate realizado na Conferência InfraPortos, sobre a necessidade da integração intermodal.

Em relação ao aumento de investimentos na malha ferroviária, anunciados recentemente pelo governo, afirmou: “Os investimentos em ferrovias devem ser feitos pensando na integração.

Em logística, se não se pensar dessa forma, há gastos desnecessários e perde-se a competitividade”.