Por Sheila Borges, na coluna Pinga-fogo, do Jornal do Commercio, deste domigo (31) Em pleno domingo de Páscoa, não poderíamos deixar de recordar de um episódio importante, que deve ser mantido sempre vivo na memória do brasileiro: o Golpe Militar de 64.
Há 49 anos, os militares, com apoio de uma parte da elite brasileira e de setores do campo político mais à direita, derrubaram o governo do presidente eleito democraticamente João Goulart, sob a acusação de que havia uma ameaça comunista. Às vésperas do Golpe, Jango, como era chamado, realizou um discurso em prol das reformas de base, como a agrária.
Os estudiosos apontam que esse foi o estopim que faltava para o episódio, estimulado pelos governos do Rio, São Paulo e Minas Gerais.
Em Pernambuco, o então governador Miguel Arraes foi preso e acusado de ser “o mais esquerdista” de todos os governadores.
Jango não reagiu e se exilou no Uruguai.
O Golpe deu início à ditadura militar que durou 21 anos.
Até a posse de José Sarney, em 1985, o Brasil passou por uma fase dura e sombria.
Para sufocar a resistência, os militares promoveram ações que redundaram em cassações, censura, prisões, torturas e mortes.
Nos últimos anos, o governo criou comissões para recuperar essa história, reconhecendo os crimes cometidos pelo Estado.
Tem toda uma geração que não entende quando setores da sociedade se movimentam em defesa da liberdade de expressão porque nunca viveram, conheceram pessoas ou leram sobre esse momento nebuloso de nossa história.
Por isso, precisamos sempre relembrar.
Boa Páscoa a todos.