Imagem: divulgação Mais um importante passo para o processo de navegabilidade do Rio Capibaribe foi dado nesta quarta-feira (27).
Após visita do secretário das Cidades do Governo de Pernambuco, Danilo Cabral, foi lançado o edital de licitação para contratação da empresa que irá construir as sete estações e ainda fazer a sinalização náutica ao longo do rio.
O edital custará R$ 95 milhões, que sairão dos cofres do Estado e da Federação.
A Prefeitura do Recife contribuirá com a remoção das palafitas.
O edital será publicado já nesta quinta-feira (28) nos diários oficiais do Estado e da União.
As empresas terão um prazo de 90 dias para se inscreverem na concorrência.
O prazo legar para encerrar a licitação, com a empresa vencedora definida, é em julho.
A vencedora da licitação terá oito meses - até março de 2014 - para finalizar a execução da obra, que inclui, além das sete estações, três piers em cada estação para embarque e desembarque, bicicletários e estacionamentos em todas as estações, com entre 25 e 50 vagas.
A expectativa é que no mesmo mês seja finalizada a dragagem do rio, que começou em janeiro de 2013.
Dentro de um ano, se tudo correr como programado, a população da Região Metropolitana terá mais um modal de transporte.
O programa Rios da Gente prevê um sistema integrado de transporte de passageiros utilizando a calha do Rio Capibaribe de maneira integrada com o trem e os ônibus.
A tarifa do transporte fluvial será a mesma do Anel A, usada nos ônibus, que hoje custa R$ 2,25. “Só o Recife está colocando o rio como alternativa. É o primeiro corredor de transporte fluvial de transporte público. É a primeira iniciativa nesse sentido”, destaca o secretário das Cidades do Governo de Pernambuco, Danilo Cabral.
Serão sete estações ao longo do Capibaribe, cinco no Eixo Oeste e duas no Eixo Norte.
As do Eixo Oeste se estenderão ao longo de 11 quilômetros.
Saindo da Estação BR-101, próximo ao Atacadão Extra, os ônibus fluviais - com capacidade de até 90 passageiros - passarão pela Estação Santana, próximo ao Parque Santanna; Estação Torre, próximo ao viaduto do Carrefour; Estação Derby, próxima à Ponte do Derby; e a Estação Recife, com integração na Estação Central de Metrô, no bairro de Santo Antônio.
O trajeto da primeira estação, integrada com a Estação Central de metrô, no bairro de Santo Antônio, até a quinta estação do Eixo Oeste, a mais distante, próximo ao Atacadão Extra da BR-101, tem tempo estimado de percurso em 40 minutos.
Quase um milagre para os moradores da RMR, hoje.
O secretário das Cidades do Governo de Pernambuco, Danilo Cabral, destaca a importância do projeto para “implantar uma nova cultura sobre o rio” entre os moradores da Região Metropolitana do Recife. “Devolver o rio à cidade é um sonho antigo dos pernambucanos e recifenses.
Queremos ter um rio melhor tratado.
Ele já foi muito maltratado.
A única forma de fazer isso é fazendo a cidade se apropriar dele.
A forma mais adequada é fazer o cidadão usar o rio, estar no rio.” No Eixo Norte, com três quilômetros de extensão no Rio Beberibe, duas estações ligam o centro do Recife, com a Estação do Sol, ao Carrefour na entrada de Olinda, na Estação Tacaruna.
O Rios da Gente deverá beneficiar 350 mil passageiros por mês, em especial os que moram nas bordas da Avenida Caxangá e nos bairros da Zona Norte, como Apipucos, Casa Forte, Poço da Panela, Parnamirim, Jaqueira, Graças e Derby.
O sistema deve aliviar as já saturadas avenidas Rosa e Silva e Rui Barbosa.
O Rios da Gente prevê ainda estações no Eixo Sul, com oito quilômetros de extensão, saindo da Estação Porto Novo, no Recife Antigo, à Estação Antônio Falcão, em Boa Viagem.
O projeto oferecerá mais mobilidade, conforto e segurança aos moradores e visitantes da RMR.
NOVA LICITAÇÃO - Até junho deve ser lançado um novo edital de licitação para as empresas interessadas em operar o sistema, transportar os passageiros.
A promessa é que os barcos sejam confortáveis, com capacidade para até 90 passageiros, todo acessível e com wireless. “Precisamos oferecer conforto para convencer a população a deixar o carro em casa ou nas estações e seguir para o trabalho de barco”, afirmou o secretário das Cidades, Danilo Cabral.
Meio Ambiente O secretário estadual também quis afastar as críticas ao processo de dragagem, iniciado em janeiro para viabilizar o trânsito dos barcos.
Ele afirma que tudo está dentro da legalidade e com o mínimo de impacto ambiental possível. “A borda do rio é patrimônio da União e estamos autorizados à fazer a ação.
Temos o EIA/Rima e a licença emitida pelo CPRH”, afirmou Cabral, lembrando que também tem autorização para supressão da vegetação do mangue onde serão construídas as estações. “Todas as intervenções foram precedidas de análises.
Para o processo de dragagem, foi elaborado um plano, que foi analisado pela promotora Belize Câmara [na época promotora do Meio Ambiente no Recife, do Ministério Público de Pernambuco].
Teremos 10 programas de controle sobre o rio, que irão orientar a instalação e operação também. É controle da fauna, flora, mangues, ruído, pesca… o governo do Estado seguiu rigorosamente, junto com o CPRH [- a Agência Estadual do Meio Ambiente]”. “É um cartão postal da nossa cidade.
Queremos recuperar a qualidade dele, a fauna, a flora do rio”, afirmou, lembrando ainda que o projeto vai contribuir para aproveitar todas as alternativas de transporte, melhorando a mobilidade e afetando também no turismo", afirma Danilo Cabral.
Em janeiro teve início o processo de dragagem do Rio Capibaribe, com objetivo de suprimir as restrições existentes à navegação, como o lixo, escombros de antigas construções e até parte da vegetação local.
A dragagem está sendo realizada pelo Consórcio ETC & Brasília Guaíba, que já começou a implantar um canal de serviço, na calha do Rio Capibaribe, a partir da BR-101, por onde passarão as dragas e os batelões (espécies de depósitos que ficam em balsas flutuantes para receber o material dragado).
Serão dragados 17 km do Rio.