Foto: Clemílson Campos/JC Imagem O governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, do PSB, deverá pedir à presidente Dilma Rousseff (PT) anistia dos débitos adquiridos pela a agricultura familiar.
A presidente tem encontro na próxima terça-feira (2), em Fortaleza, com governadores de estados que estão sofrendo as consequências da maior seca dos últimos 50 anos.
Leia também: Eduardo Campos minimiza anúncios de Dilma Após cobranças de Dilma, Eduardo Campos afirma que tem compromisso com o País, não com pessoas O governador Eduardo Campos analisa que o crédito dado pelo governo federal através do Seguro Safra para a agricultura familiar não é o suficiente para solucionar os problemas que a seca causou às famílias.
Com base em pesquisas do governo do estado e no diálogo com o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco (Fetape), Campos avalia que a situação é de “emprobecimento duro”, com famílias perdendo tudo o que acumularam nos últimos anos. “Como é que vai reconstruir isso?
Uma das pontes importantes que foi tratada ali é que vai ter que ’limpar’ a vida dessa agricultura familiar.
Tem que ‘apagar’ o que eles têm de débito.
Porque o que é que eles vão fazer agora?
Como é que eles vão reconstruir [sua vida] e pagar?
Tem que ir pra um seguro, como eles têm. [Mas] o Seguro Safra só não adianta.” “Tem que botar no seguro o débito mesmo, se não fica incompátivel emprestar um dinheiro a uma pessoa que tomou emprestado duas safras e perdeu as duas safras.
O seguro precisa ter uma grande anistia para a agricultura familiar.” “É uma situação de emergencia.
Quando há uma enchente, as regras de emergências se aplicam. [Então] a emergencia também deve se aplicar na estiagem, porque ela se prolonga, muitas vezes, por dois anos.” Para ele, a anistia é o melhor caminho para que os pequenos agricultores recuperem suas posses e, tanto Pernambuco como o Brasil, rumem à recomposição da economia. “Perdemos 15% do PIB agropecuaário, perdemos 70% da produção do leite.
Estamos perdendo 1 milhão de cabeças do rebanho bovino.
Coisas do gênero.” “Tem que ter uma anistia para possibilitar que a agricultura possa abrir crédito pra comprar caprino, ovino, instalar poço, fazer a ‘infra’ básica para a reconstrução.
A pesquisa que nós fizemos e dá conta de tabular, dá conta que 17% das propriedades no semi-árido fecharam as porteiras.
Não é brincaidera não.
Você imagina chegar num parque industrial onde 17% das empresas fecharam a fábrica?!”.
Ele lembra que, apesar de estarmos em meio à pior seca dos últimos 50 anos, a situação vivida pelos sertanejos e agrestinos não é tão ruim quanto a de décadas atrás.
Mas “A seca já encontra mais infraestrutura de recursos hidrícos do que tinha no passado, encontra mais proteção social do que tinha no passado.
E que fez as pessoas passarem ela de maneira distinta do que era há 30, 20 anos atrás.
Mas nós não conseguimos ainda proteger a economia.
No encontro da próxima terça-feira, em Fortaleza, as conversas devem ser “só sobre seca”, de acordo com o governador pernambucano.
O pedido de Eduardo está em consonância com um artigo publicado no Blog ontem, escrito pelo ex-deputado federal Osvaldo Coelho (DEM).
Leia: Em carta a Mantega, Osvaldo Coelho diz que União falhou com projetos hídricos e não sobrará uma cabeça de gado com a seca Foto: BlogImagem