Na Folha de São Paulo Quem prestou atenção viu.

Dilma Rousseff “puxou a faca” para Eduardo Campos (PSB) e não poderia ter feito isso em cidade de nome mais sugestivo, Serra Talhada.

A presidente desembarcou na cidade com um roteiro pronto: assumir a “maternidade” de grandes obras em Pernambuco e ao mesmo tempo anunciar mais investimentos no Estado, para que o aliado não alegue maus-tratos.

Dilma passou as semanas recentes ouvindo alfinetadas encobertas do aliado, e quis demarcar, discretamente, o território.

Mas foram tantas as entrelinhas que elas acabaram falando mais alto.

A todo tempo, a mensagem implícita de que o “chapéu” federal garantiu a Eduardo Campos muito de seu sucesso naquelas bandas com mais de 6 milhões de eleitores.

Até mesmo a ministra Miriam Belchior (Planejamento), voz rara nas solenidades, tomou o punhal emprestado da chefe: vinculou a fábrica da Fiat lá a uma “negociação do governo” petista.

Em Serra Talhada, Dilma começou a disputar com Campos cada centímetro do espólio eleitoral nordestino e está decidida a invocar Lula sempre que achar o governador “esquecido” do apoio.

Ontem, olhando para a plateia, não resistiu: “E nós não só podemos nos esquecer de onde viemos, como não podemos nos esquecer dos compromissos políticos”.

O destinatário estava a seu lado.