Coca-Cola e Pepsi Fernando Rodrigues, na Folha de São Paulo deste sábado BRASÍLIA - Há, no mercado de refrigerantes, a conhecida “teoria da Coca-Cola e da Pepsi”. É assim: onde se vende Coca-Cola tem sempre espaço para se vender também um pouco de Pepsi.
A pesquisa Datafolha sobre sucessão presidencial realizada nesta semana mostra que, na política, quem domina o mercado hoje é Dilma Rousseff, com 58% de intenções de voto.
A petista é a Coca-Cola do momento.
Bem abaixo e comendo poeira, três pré-candidatos disputam para ser a Pepsi da vez.
O Datafolha só trouxe boas notícias para um deles, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB.
Ele está em quarto lugar, com meros 6%, mas foi o único a registrar uma oscilação positiva entre os oposicionistas.
Em dezembro, Campos tinha 4%.
Agora, seus dois pontos a mais equivalem à margem de erro da pesquisa.
Ainda assim, é melhor uma variação positiva do que embicar para baixo, como foram os casos de Aécio Neves (PSDB), cuja pontuação escorregou de 12% para 10%, e Marina Silva (Rede), de 18% para 16%.
Está cedo para previsões científicas sobre 2014.
Tampouco é possível saber já se a pesquisa Datafolha aponta uma tendência ou só uma variação estatística desprezível.
Feitas as ressalvas, é necessário dizer que a única lógica esperada no Datafolha era uma melhora na taxa de Dilma.
Sua popularidade está alta.
O governo derrama rios de dinheiro em propagandas ufanistas na TV -nos comerciais estatais, os pobres estão sempre sorrindo e felizes.
Dilma confirmou a expectativa.
Tinha 54% em dezembro.
Agora, foi a 58%.
Venceria no primeiro turno.
Aécio e Marina ficaram em viés de baixa.
O mais frágil de todos, Eduardo Campos, sinalizou ter um potencial maior à frente.
Mas ainda não está claro quem será a Pepsi dessa campanha.
O que, por si só, já é um vexame momentâneo para o PSDB, maior sigla de oposição.