Por Jamildo Melo, editor do Blog Pelo que dá para perceber de comentários nas redes sociais e aqui no Blog, em torno da ação da Polícia Militar do governo Eduardo Campos na reintegração de posse de um terreno às margens da estrada que liga Porto de Galinhas a Maracaípe, em Ipojuca, no Grande Recife, tinha muita gente torcendo por uma vítima fatal no episódio, quem sabe para que o governador, candidato a presidente, tivesse um Pinheirinho para chamar de seu.

Na antesala de 2014, já estão tentando impingir a pecha de coronel ao governador, imagina com um corpo estendido no chão.

Era massa, né não?

A quem interessa uma favela bem no meio de um dos nossos principais cartões portais? À maioria da população é que não é. “A desocupação como um todo foi uma agressão à sociedade”, bradou, em conversa com o Blog de Jamildo nessa quarta-feira (20), a deputada estadual Teresa Leitão - titular na Comissão de Defesa do Direito da Mulher - criticando a desocupação realizada pelo Governo do Estado no município de Ipojuca, na última terça-feira (19). “Levando em conta que a manifestante [Fabiana Honório] é uma mulher, o cenário fica ainda mais grave”, destaca.

Não quero aqui contraditar a nobre deputada, mas acredito que a discussão em torno do direito à moradia e déficit habitacional fica mais bacana no plenário da Alepe e não quando a tropa de choque chega com um mandado de reintegração de posse em mãos.

Falharam, assim, os deputados que nada fizeram para que a situação chegasse a esse ponto.

O grupo privado venceu a licitação para a venda do terreno de 70 hectares conhecido como Casa do Governador, em Porto de Galinhas.

Os estudos foram iniciados em 2001 e, em 2006, depois de uma primeira licitação, frustrada, um novo processo teve como vencedor o grupo português – o resultado foi anunciado no dia 2 de junho de 2008.

Assim, o grupo privado português que investiu para a construção de um hotel não tem direito de receber pelo que pagou?

Ou vamos logo revogar a propriedade privada?

Concordo com qualquer crítica que reclame a responsabilidade do Estado na produção de mais casas.

Não apenas o Governo do Estado, mas também a própria prefeitura municipal, tão rica, com os impostos de Suape e do turismo.

A Prefeitura do Ipojuca explicou que o uso do ginásio municipal foi o único comprometimento do governo municipal com a ação de reintegração de posse. É claro que são tristes as imagens das pessoas tendo suas casas destruídas, mas elas são invasoras, estão fora da lei.

Apenas 20 casas não foram demolidas do terreno de 103 hectares.

São famílias que chegaram ao local há mais de 25 anos e mantêm um processo na Justiça.

Sem respeito às leis, o que temos é barbárie.

O grupo Teixeira Duarte vai investir R$ 620 milhões em um megacomplexo com dois hotéis, centro de convenções e shopping center, entre outros, em Porto de Galinhas.

Serão 3 mil empregos diretos.

Temos agora de lutar pela qualificação e que grupo Teixeira Duarte construa uma Escola de Turismo, para capacitar os trabalhadores para as vagas que serão ofertadas.

Primeiro, houve um movimento de grandes hoteleiros do Litoral Sul para barrar o projeto.

Usaram a Câmara dos Vereadores, mas quebraram a cara, pois o projeto avançou.

Não se pode permitir mais atraso em nosso desenvolvimento.

Desocupação em Maracaípe foi uma agressão à sociedade, afirma Teresa Leitão Militante reclama de expulsão de famílias em terreno que era do Governo, em Porto de Galinhas