Foto: reprodução No Jornal do Commercio desta quarta-feira Integrantes da bancada do PSC pressionaram ontem o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) a renunciar à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
Os parlamentares do PSC se irritaram com a divulgação, no Twitter de Feliciano, de um vídeo, de nove minutos, em que aparecem imagens e críticas aos deputados que se opuseram à sua indicação para o cargo.
Na fita, há cenas, filmadas por aliados de Feliciano, de protestos de manifestantes de movimentos LGBT.
Feliciano, que participou de reunião com a bancada, não aceitou a sugestão e permanece no posto.
Os deputados do PSC ficaram incomodados com a superexposição do colega, que tem aproveitado a polêmica para dar entrevistas.
Na visão dos seus correligionários, Feliciano está interessado em se promover.
Segundo testemunhas, a discussão esquentou. “Você é cantor, vende CDs, faz palestras.
O problema não é você defender o que pensa, mas a forma como está fazendo.
Só você ganha com isso.
Dessa forma, está sendo ruim para o partido e para a Câmara”, ponderou o deputado Hugo Leal (PSC-RJ), ex-líder da sigla. “Até vocês estão me abandonando?
O que estou fazendo de errado?
Só estou defendendo os valores da família”, rebateu o pastor. “O problema é a forma como você faz isso.
Está expondo o partido”, criticou Leal. “Você está sempre contra mim”, respondeu Feliciano.
A bancada ficou especialmente incomodada com a pecha de homofobia que grudou no PSC.
A deputada Antônia Lúcia (PSC-AC), vice-presidente da comissão, disse que o comportamento de Feliciano não foi adequando. “Esse vídeo foi um absurdo.
O cargo que ele ocupa de presidente exige postura, e ele tem que se enquadrar.
O PSC está cansado.
A cada dia, uma novidade.
Se a indicação dele para a presidência da comissão é do partido, essas atitudes dele têm que ser submetidas ao partido”, reclamou.
Nelson Padovani (PSC-SC) deixou a reunião da bancada irritado com a permanência de Feliciano à frente da comissão. “A escolha dele no partido não foi unânime.
Ao contrário: ele perdeu de lavada.
Mas está aí”, disse Padovani.
Feliciano minimizou o episódio e disse que não tem nada a ver com o vídeo. “Não fomos nós que produzimos.
Assessores meus viram, gostaram e postaram.
Eu não vi direito ainda”, disse.
O líder do PSC, André Moura (SE), mais uma vez, declarou ter sido convencido por Feliciano. “Ele nos explicou que não tinha a ver com isso.
E dissemos a ele para se concentrar nos trabalhos da comissão, onde, temos certeza, mostrará que não é nada disso que falam dele”.