Por Jamildo Melo, editor do blog Quem tem medo que o governo Eduardo Campos dê certo?

Quem tem medo que ele entregue as obras de mobilidade que prometeu?

Quem igualmente tem medo que o governo de Geraldo Júlio dê certo também na capital pernambucana?

Posso estar equivocado, mas quer me parecer que só interesses políticos contrariados e grupos ideológicos radicais, escudados em uma capinha moderna, depois de descobrirem que existe um mundo real fora da facu, podem explicar a sistemática reação a tudo que diga respeito a modernização da cidade, como é o caso da área do Cais José Estelita, no bairro de São José.

Agora, até o túnel do Museu da Abolição não pode ser construído?

Fala sério… agora vender cerveja em área invadida da União pode? É cult?

A cidade tem que ficar parada no tempo, imobilizada pela inércia, para que os salvadores da pátria de sempre se apresentem como os iluminados guias dos povos explorados pelo capital?

Vamos ver como esses sociólogos populares de araque explicam ao povo que a obra não serve ao interesse da população, que anda de ônibus por ali.

Felizmente, as primeiras casas foram derrubadas nesta quarta-feira, tornando o processo irreversível.

O secretário de Cidades, Danilo Cabral, está de parabéns por começar a tirar a obra do papel.

Demorou.

Não precisa levar um ano para isto, embora se saiba que não é fácil negociar desapropriações e licenças.

Não é possível alegar questões de preservação do patrimônio, como se tem feito como método de retardo de tantos outros projetos.

O próprio representante do Iphan, Frederico Almeida, disse com todas as letras que não há óbice algum, no tal tombamento “preventivo”.

Dos 17 imóveis a serem demolidos da área, somente três deles podem ter algum interesse, daí a cautela nas escavações arqueológicas.

Fato.

A obra faz parte do Corredor Exclusivo de Ônibus do eixo leste/oeste e vai acabar com o gargalo do trânsito que existe hoje em frente ao Museu da Abolição, no cruzamento entre a Rua Real da Torre e a Avenida Caxangá.

Veja os benefícios A construção do túnel, orçado em R$ 16 milhões, é mais uma etapa do Corredor Exclusivo de TRO (Transporte Rápido de Ônibus) do eixo Leste/Oeste, que está sendo implantado do Derby até Camaragibe.

O túnel vai otimizar um dos principais pontos de retenção do corredor Caxangá/Benfica, melhorando, consideravelmente, a velocidade média do tráfego misto e do corredor de transporte da Avenida Caxangá.

Com a intervenção, a capacidade viária do cruzamento da Rua Benfica com a Real da Torre, que hoje é de 4.620 veículos/hora, vai passar para 8.250 veículos/hora.

Com uma extensão de 287m, o Túnel terá três faixas de rolamento e vai atender aos veículos particulares e coletivos que vierem da Real da Torre e seguirem para a João Ivo da Silva.

O tráfego proveniente da Rua Carlos Gomes, recentemente estabelecido como um corredor para ônibus, também terá um ganho de velocidade.

Se tudo der certo, todo o corredor estará pronto em dezembro deste ano e vai operar com veículos do modelo TRO (Transporte Rápido por Ônibus), com 33 estações de embarque e desembarque.

Atualmente, 10 estações estão com obras em andamento.

Em todo o Corredor, estão sendo investidos cerca de R$ 151 milhões – recursos do PAC da Copa e do Tesouro Estadual.

A intervenção começa em Igarassu e segue até a Estação Central do Metrô, passando pela PE-15, Complexo de Salgadinho e Avenida Cruz Cabugá.

Passa pelos municípios de Igarassu, Abreu e Lima, Paulista, Olinda e Recife atendendo a uma demanda de 180 mil passageiros.

São 33,2 km de via, com 33 estações interligadas a quatro terminais integrados: Igarassu, Abreu e Lima, Pelópidas Silveira e PE-15.

A ordem de serviço para o início da obra foi assinada pelo Governador Eduardo Campos e pelo secretário Danilo Cabral no Centro de Convenções de Pernambuco, sede provisória do Palácio do Governo, na segunda-feira (18).

Túnel será construído em frente ao Museu da Abolição (Fotos: Alexandre Gondim/JC Imagem)