Por Fabiana Honório Hoje , com o despejo de centenas de famílias, na Vila do Campo, em Porto de Galinhas, vivenciaremos a prática social do Governo Eduardo Campos: a transferência do patrimônio público para o setor privado, através da expulsão de moradores para entrega do terreno da Casa do Governador para uma construtora fazer um resort.

Este litígio tem, aproximadamente, seis anos quando o governo Jarbas Vasconcelos iniciou o processo de venda do terreno.

O atual governo de Campos retomou a negociação dando seu tom empresarial com todas as artimanhas para que a empresa portuguesa Teixeira Duarte conseguisse ser a compradora do terreno.

Fraudaram inscrição na Junta Comercial de PE, entraram na licitação da área de maneira irregular, após o prazo, tudo devidamente denunciado no processo movido pelo Movimento Salve Maracaípe e, também, devidamente arquivado pelo MPPE, não pela falta de provas, mas pelo interesse do único poder a reger este estado, o Executivo!

Nas audiências públicas foram descobertas ainda mais irregularidades na negociação, como o fato do Governo do Estado não ter a posse da área, portanto não poderia efetivar a venda.

Mas com o pedido de reintegração de posse atendido pela Justiça, o estado poderia continuar com a escandalosa negociação de uma área que é mais necessária como moradia e área verde, com seus cajueiros, coqueiros, exuberância cênica e área de desova de tartarugas, do que uma obra faraônica a provocar um imenso desequilíbrio ambiental e despejo de famílias, trabalhadores e população tradicional.

Tudo ignorado pelo governador Eduardo Campos, que, estrategicamente, diz cobrar míseros 36 milhões pela área de valor incalculável sócio-ambientalmente.

E ainda nos faz pagar mais uma vez com o empréstimo que o banco público BNB fará para a empresa, um montante aproximado de 600 milhões de reais.

Então, qual é a vantagem do negócio???

A especulação imobiliária se faz presente também em Muro Alto, onde a área de coqueirais e vegetação nativa foi loteada entre as principais construtoras do estado para fazerem seus condomínios de luxo, privando a sociedade de uma das áreas litorâneas mais bonitas do Brasil.

Quando o Estado vende área pública para empresas, ele PRIVA a sociedade do usufruto e transfere para um pequeno grupo que terá eternos rendimentos com o que foi nosso patrimônio.

Julgamos imoral tal prática e apelamos à sociedade que seja mais atuante no sentido de pressionar o governador Eduardo Campos a manter nosso patrimônio natural e ter responsabilidade socioambiental, senão, além de privados de tudo, estaremos indefesos diante das alterações da natureza devido a este tipo de exploração.

Ipojuca, 19/03/2013 Fabiana Honório Presidente da Comissão provisória do PSOL Ipojuca Amai- Amigos do Meio Ambiente de Ipojuca O Jornal do Commercio está acompanhando o processo de reintegração, que teve início nesta terça-feira (19).

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