Foto: reprodução No Jornal do Commercio desta segunda-feira Condenado a dez anos e dez meses de prisão no julgamento do mensalão, o ex-ministro José Dirceu já percorreu mais de 14 mil quilômetros para bradar sua inocência pelo País.

Desde novembro, quando o tamanho de sua pena foi definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Dirceu foi a 16 cidades em 14 Estados.

Na média, o petista participou de mais de um ato de desagravo por semana.

A decisão de rodar o Brasil para se defender da alcunha de chefe da quadrilha do mensalão veio com a hesitação do PT em se mobilizar mais firmemente a seu favor.

Abandonado pela cúpula petista, que preferiu dar o assunto por encerrado, o ex-ministro se voltou para as bases do partido para fazer, como ele costuma dizer, “o julgamento do julgamento” e denunciar o suposto caráter político da sua condenação.

Dirceu tem viajado a convite dos diretórios locais de cada cidade ou Estado, mas é ele quem arca com as despesas dos deslocamentos.

Os eventos são geralmente organizados por integrantes da sua corrente dentro do partido, a majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB).

Em clima de festa, o ex-ministro é sempre recebido pelos militantes aos gritos de “Dirceu, guerreiro, do povo brasileiro”.

Condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha, o petista costuma seguir o mesmo roteiro em todas as viagens: faz críticas aos ministros do STF, diz que foi condenado sem provas e afirma que vai recorrer da condenação em cortes internacionais.

Durante seus discursos, Dirceu também evita usar o termo “mensalão”.

Prefere o nome técnico: Ação Penal 470.

Em sua passagem por Belo Horizonte, em janeiro, afirmou que o caso não deveria ter esse nome, mas sim ser chamado de “mentirão”.

Enquanto o mandado de prisão não é expedido, o ex-ministro planeja continuar o seu périplo.

Ele pretende visitar os Estados pelos quais ainda não passou.

O calendário das próximas viagens ainda não foi definido, mas a caravana deve ser retomada em abril.