Foto: Eduardo Braga/SEI Na manhã desta segunda-feira (18) o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), seguiu com as críticas indiretas (ou nem tão indiretas) à administração do Governo Federal.
Nos dois eventos institucionais, uma atrasada homenagem ao Dia Internacional da Mulher e uma assinatura de Ordem de Serviço para a construção de um túnel, o socialista fez referências ao cenário nacional em seus discursos.
Sob os gritos de “Brasil pra frente, Eduardo presidente”, partindo de um auditório lotado de mulheres, entre funcionárias do Governo de prefeituras, o governador iniciou seu discurso sem ataques.
Mas não tardou para as alfinetadas surgirem.
Principalmente com a temática da desigualdade. “Queremos uma nação sem a marca da desigualdade”, afirmou, voltando a nacionalizar o discurso. “Custa muito?
Não.
O que custa é o Estado brasileiro, os gestores públicos terem o olhar”, disse também, jogando a culpa sobre a gestão petista.
Ele resgatou o governo Lula para disparar uma crítica à gestão Dilma. “Foi o presidente Lula que soube pautar a desigualdade como algo importante a ser enfrentado (…) mas as desigualdades continuam ainda hoje a ser um grande freio ao desenvolvimento e à construção de uma sociedade efetivamente humanizada”, alfinetou.
E fez o contraponto ao exaltar o sucesso da política pela igualdade de gênero no estado. “Quantas vezes os números da violência contra a mulher constrangeu as militantes do estado?
Chocava o Pernambuco de Tejucupapo.
Ninguém assumia a responsabilidade.
A política era um jogar a culpa no outro.
Mas nós enfrentamos com consciência e responsabilidade.
E hoje Pernambuco é no Brasil e fora do Brasil uma experiência bem sucedida.
Pernambuco é o único estado brasileiro que entre 2006 e 2010 reduziu a violência.
Quem fez isso não foi o governo, mas o povo, que escolheu este caminho.” O governador, com claro discurso presidenciável, também resgatou a história de Pernambuco para colocar a escolha nas urnas do seu nome para o Governo do Estado seria mais um exemplo de que o povo pernambucano é “a frente do seu tempo”. “Começamos a mexer nessas fábricas de desigualdade na última década.
Pernambuco pode enxergar, em 2006 [ano em que Eduardo foi eleito governador], que era hora de fazer essa inversão de valores.
Pernambuco é um estado que sempre esteve a serviço da construção brasileira (…)”, afirmou, se colocando a serviço do País. “(…) O exemplo tem sido dado pelo nosso governo.
Pela atitude dos que estão no governo, que não praticam uma fala e têm outra atitude, que fazem o que falam.
Porque temos clareza dos desafios. “Novo Brasil” Com o mesmo discurso que conseguiu se emplacar no Governo do Estado e que emplacou Geraldo Julio na Prefeitura do Recife, Eduardo agora nacionaliza, falando num “Novo Brasil”. “Estamos num processo de construção de um novo Brasil, que precisa também de um novo pacto social e político.
Não vamos arrancar o resto de machismo que tem na máquina pública desde país mantendo as velhas lideranças políticas carcomidas, que nunca tiveram compromisso de romper efetivamente com esses cacuetes e deformações da máquina pública”.
Eduardo Campos critica prática de cooptação de movimentos sociais INFLAÇÃO - A possibilidade de a economia brasileira sofrer com inflação também foi destacada por Eduardo Campos, num discurso que afeta a imagem da gestão de Dilma Rousseff (PT). “Nos últimos anos o Brasil conseguiu o equilíbrio econômico.
As mulheres que sustentam seus filhos sabem da importância de saltar a ciranda da inflação”, mas fez o contraponto com a atual crise, com discreta referência ao momento e fraco crescimento econômico da Nação. “Precisamos enxergar os desafios de uma grave crise econômica, que cerca o mundo desde 2008, como uma oportunidade para que o Brasil possa embalar os sonhos mais e mais, para pensar no que foi feito, mas pensar no que temos a fazer a mais pelo futuro de Pernambuco e do Brasil.” “O País, que foi um dos três que mais cresceram em 100 anos, até 1980, parou de durante duas décadas.
Foi um período duro para o Brasil e mais duro ainda para as mulheres, principalmente das regiões mais pobres, sobretudo do campo brasileiro.”