Foto: reprodução Da Agência Folhapress No Jornal do Commercio desta quinta-feira A família de Vladimir Herzog vai receber amanhã (15) uma nova versão do atestado de óbito do jornalista, que foi corrigido por determinação da Justiça.
O evento acontecerá no Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP).
No mesmo ato, a Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, fará um julgamento simbólico para que o estudante de geologia da USP Alexandre Vannucchi Leme, morto em 1973, receba a anistia política.
Receberão o novo atestado a viúva do jornalista, Clarice, e os filhos Ivo e Lucas Herzog.
Em vez de suicídio, o documento dirá que a morte decorreu de lesões e maus tratos sofridos em dependência do 2º Exército de São Paulo.
Vlado, como é conhecido o jornalista, morreu em 1975 após uma sessão de tortura no DOI-Codi, em São Paulo, mas a versão divulgada pelo Exército na época foi a de suicídio.
Em 24 de setembro de 2012, o juiz Márcio Bonilha Filho, da 2ª Vara de Registros Públicos de São Paulo, acatou pedido da Comissão Nacional da Verdade e da família para que fosse feita a retificação.
Após a decisão do juiz, a promotora Elaine Maria Barreira Garcia chegou a entrar com recurso para substituir o texto para morte violenta, de causa desconhecida.
O pedido, no entanto, foi negado pela Justiça paulista.
Herzog compareceu espontaneamente ao DOI-Codi após ter sido procurado por agentes da repressão em sua casa e na TV Cultura, onde trabalhava como diretor de jornalismo.
O jornalista foi torturado e espancado até a morte.
A morte gerou manifestações, como a famosa missa na catedral da Sé, em São Paulo, e contribuiu para que o presidente Ernesto Geisel e seu ministro Golbery do Couto e Silva vencessem a queda de braço com a linha dura da ditadura, que pedia um aperto na perseguição à esquerda, sob o argumento de que o país vivia a ameaça do comunismo.
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