A indústria brasileira começou 2013 com indicadores positivos.
A utilização da capacidade instalada aumentou para 84% em janeiro, na série com ajuste sazonal.
O crescimento de 1,1 ponto percentual no indicador em relação a dezembro só foi menor que o 1,3 ponto percentual registrado em março de 2010 e em maio de 2006.
As horas trabalhadas na produção cresceram 0,8% em janeiro frente a dezembro, também na série dessazonalizada.
Foi o maior aumento dos últimos cinco meses, informa a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta terça-feira, 12 de março, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Esses resultados indicam que a indústria está em uma trajetória de recuperação moderada, avaliou o gerente executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.
Ele explicou que a queda da ociosidade é um sinal muito positivo. “A manutenção da utilização da capacidade instalada em patamares elevados e um ambiente favorável aos negócios motivam as empresas a retomar os investimentos”, observa Castelo Branco.
Mesmo com a reação na produção, o faturamento da indústria caiu 4,2% no mesmo período. “A queda de janeiro reverteu quase todo o crescimento do indicador registrado no último trimestre de 2012”, diz a pesquisa.
O mercado de trabalho também não acompanhou a expansão da atividade industrial.
Ainda na série com ajuste sazonal, o emprego caiu 0,2%, a massa real de salários recuou 1,8% e o rendimento médio real dos trabalhadores teve queda de 0,4% em janeiro na comparação com dezembro.
ANÁLISE SETORIAL - Além dos dados com ajuste sazonal sobre a evolução da massa real de salários e o rendimento médio dos trabalhadores, os Indicadores Industriais apresentam, a partir desta edição, o desempenho dos setores com base na versão 2.0 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).
Essa classificação separa as indústrias de alimentos das de bebidas, retira as indústrias farmacêuticas do setor químico.
Também retira o setor moveleiro da definição de indústrias diversas.
O setor material eletrônico e de comunicação foi pulverizado em outros setores.
Com isso, o número de setores analisados pela pesquisa aumenta de 19 para 21.
A nova análise mostra que, na comparação de janeiro deste ano com o mesmo mês de 2012, a utilização da capacidade instalada cresceu em 16 dos 21 setores pesquisados.
As horas trabalhadas na produção aumentaram em 13 setores, enquanto que o emprego recuou em 11.
No setor de bebidas, as horas trabalhadas na produção aumentaram 10% e a utilização da capacidade instalada cresceu 5% em janeiro na comparação com igual mês de 2012.
No mesmo período, o faturamento do setor teve expansão de 10,7% e o emprego de 7,3%. “Diferentemente da média da indústria de transformação, o emprego no setor cresce de maneira intensa e continuada”, afirmam os Indicadores Industriais.
O setor farmacêutico teve um desempenho inferior à média da indústria de transformação.
As horas trabalhadas na produção caíram 11,9%, a utilização da capacidade instalada recuou 1,2% e o emprego no setor teve queda de 1,7% em janeiro frente ao mesmo mês de 2012. “O faturamento foi a única variável com crescimento”, diz a pesquisa.