Nesta quinta-feira (7) o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), que também é pastor protestante, foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal.

A comissão, com histórico de ampliar o debate sobre o respeito aos direitos das minorias, será presidida agora por um líder religioso que, a despeito do laicismo definido pela Constituição Brasileira, defende que a lei do seu Cristo reja a toda a população brasileira.

O pastor afirma que “a comunidade LGBT tem privilégios”, os quais ele defende acabar a frente da Comissão. “Vou cuidar da pauta da família”, afirma, com a certeza de que a união familiar não pode ser constituída por duas pessoas do mesmo sexo.

Para ele, o amor entre pessoas do mesmo sexo leva ao ódio, ao crime e à rejeição.

Em 2011 escreveu que “os africanos descendem de um ancestral amaldiçoado de Noé”, e que tal maldição explica o paganismo, o ocultismo, as misérias e doenças" no continente.

Para agregar aliados, o PT abriu mão da presidência da Comissão de Direitos Humanos, cedendo-a ao PSC.

O partido indicou o pastor Marco Feliciano, sob protesto dos movimentos sociais.

Estes, por sua vez, tiveram como resposta a proibição de assistir à votação - a mando do novo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves.

Antes de começar a votação, o presidente da comissão, Domingos Dutra (PT-MA), renunciou ao cargo de presidente, se recusando a comandar a eleição sem a participação dos movimentos organizados.

Marco Feliciano foi eleito com 11 votos a favor e 1 em branco.

No vídeo acima, veiculado pela assessoria do pastor e deputado, ele aparece supostamente orando em comemoração à vitória.

Ele aperta os olhos visivelmente forçando a queda de uma lágrima, solitária.

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