Foto: Andréa Rêgo Barros/divulgação A primeira unidade de ensino inaugurada no Recife em 2013 foi entregue nessa terça-feira (5) pelo prefeito Geraldo Julio aos moradores de Sítio Grande, na Imbiribeira.

A Escola Municipal Dona Luci Silva Lima recebeu seus 113 novos alunos e a comunidade escolar, em ato no qual o prefeito descerrou a placa de inauguração da unidade.

Gilberto Alves: André Régis erra ao querer buscar soluções por mágica Situada na Avenida Mônaco, 1138, a Escola Municipal Dona Luci Silva Lima funcionará em prédio onde antes havia uma escola particular, que estava desativado há três anos.

A reforma para adaptar a unidade durou dois meses e demandou investimento de R$ 158,5 mil.

Pois bem.

O vereador e professor universitáiro André Régis, do PSDB, disse que escola inaugurada pelo prefeito é pré Século XXI. “Em pleno Século XXI, e no primeiro e emblemático ato solene de sua administração, o prefeito Geraldo Júlio entregou ao Recife uma escola desprovida de computador, sem biblioteca e sem área verde, sem quadra de esportes, e desconectada das redes sociais de educação.

A solenidade de inauguração nos pareceu desproporcional haja vista a dimensão política que o prefeito recifense atribuiu ao ato, passando a impressão que a cultura do improviso e do incompleto poderá pautar as ações administrativas da nova gestão municipal.” Segundo a PCR, a escola, com seis salas de aula, tem pátio interno e frontal, biblioteca, cozinha e banheiro com acessibilidade, atenderá a 10 turmas de alunos do grupo 5 da educação infantil (para estudantes de 5 anos de idade), além de uma turma do 1º ano do ensino fundamental, com alunos de 6 anos.

André Regis é presidente da Comissão de Educação, Cultura, Turismo e Esportes da Câmara Municipal do Recife.

Ele marcou presença no ato festivo de abertura da Escola Dona Luci Silva Lima, no bairro da Imbiribeira, onde o prefeito Geraldo Júlio e o secretário de Educação, Valmar Corrêa, juntamente com secretários municipais e autoridades convidadas, fizeram a entrega da nova unidade à comunidade daquela região.

O vereador comentou que em momento algum foi dito que aquela solução, que absorveu apenas 100 mil reais de investimento, era provisória para atender a uma situação de emergência porque as crianças não tinham acesso a um grupo escolar naquele bairro.

André Régis ressaltou, entretanto, “ser digna de registro” a importância que o prefeito Geraldo Júlio está dando publicamente à educação enquanto tentativa de colocar todas as crianças na escola e combater a evasão escolar.

A nova unidade, segundo explicou, atende também às reivindicações das famílias residentes naquele trecho da Imbiribeira haja vista que, até então, as crianças tinham que estudar em escolas distantes de suas casas.

O vereador advertiu que as instalações da escola D.

Luci Silva Lima estão aquém dos padrões que se devem observar nos dias atuais. “Essa escola infelizmente pertence fisicamente ao modelo pré século XXI, não inova nem agrega tecnologias sem as quais as crianças estarão desmotivadas e distantes daquilo que é oferecido nas escolas privadas de ensino básico”, ponderou. - Foi positiva a lógica implementada de aproveitar a estrutura de uma escola particular que antes funcionava naquele local para adapta-la a uma unidade pública.

Isso não é o desejável mas, diante das circunstancias, é perfeitamente aceitável que o poder público adquira escolas particulares e as incorporem à rede pública de ensino com o propósito de ampliar a oferta de matrículas – disse André Régis. “Mas é preciso que se fixe um padrão de escola compatível com o nosso tempo e creio que esse não é o caso da escola tão festivamente inaugurada pelo prefeito Geraldo Júlio na Imbiribeira.

Como é que uma escola pode ser atraente e eficiente se não possui uma biblioteca nem está conectada à Internet?” Questiona o presidente da Comissão e Educação da Casa de Jose Mariano.

Tal como vem fazendo desde o início do ano, quando passou a fazer visitas técnicas a todas as escolas da rede municipal do Recife, André Regis apontou algumas falhas na escola entregue pelo prefeito Geraldo Júlio.

Ele verificou, por exemplo, que os vasos sanitários são do tamanho para adultos e não para crianças como sugerem as normas técnicas específicas.

A rua da escola não é calçada, fato que pode causar transtornos às crianças nos meses de chuvas. “Mesmo assim é bem melhor do que a escola privada que a comunidade dispunha.

Na verdade o espaço inaugurado foi adquirido pela antiga gestão municipal para funcionar como anexo da velha escola que existia no bairro, mas não atendia satisfatoriamente às crianças que ali residem.

Não justifica que tenham feito um evento festivo com tantos convidados para algo que praticamente já existia e que está longe de ser nivelado ao que se reivindica e se espera de uma escola pública digna da cidade do Recife”, diz o vereador.

Procurada pela reportagem, a Prefeitura não quis se posicionar.