Moreira Franco ocupa Secretaria de Assuntos Estratégicos (Foto: reprodução) Da Agência Estado Em época de articulação dos partidos para as mudanças nos ministérios da presidente Dilma Rousseff, a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), ocupada pelo ex-governador do Rio e ex-deputado Wellington Moreira Franco, é o símbolo da insatisfação do PMDB com os cargos no primeiro escalão.
Sem potencial eleitoral, ele é chamado às vezes de “ministério do futuro”: faz estudos sobre temas diversos e produz propostas de políticas públicas, mas não executa as ações e acaba ofuscada pelos ministérios executores. “O produto que temos a oferecer é seminário e seminário não elege ninguém”, diz Moreira Franco, depois de enumerar uma série de projetos em andamento na SAE - cujo orçamento, para 2013, é de R$ 26,5 milhões.
A agenda do ministro no último ano mostra, de fato, uma série de palestras, mesas redondas e seminários, encontros com diplomatas e visitantes estrangeiros e seis viagens internacionais (Bruxelas, Santiago, Madri, Estocolmo, Genebra e Seul).
Nada de inauguração ou audiência com Dilma.
A queixa no PMDB não é com as funções do ministério, mas com sua falta de peso político. “Chamar a SAE de ministério é piada.
A diferença entre o status de ministério da SAE e sua real dimensão é a mesma entre o poder que acham que o PMDB tem e o que o partido tem na prática”, diz o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).
A SAE é apenas um exemplo.
Os peemedebistas têm-se queixado por terem cinco ministérios, mas nenhum deles de grande expressão.
E para decepção de muitos, no sábado (02), a presidente Dilma, convidada da convenção do PMDB, em Brasília, fez seguidos elogios ao partido e a seu líder, o vice-presidente Michel Temer - mas nada falou sobre repetir com ele, em 2014, a dobradinha PT-PMDB. “A SAE poderia ser um belo instrumento se participasse de fato da formulação.
O que importa é a missão política que se dá ao cargo.
Não vamos brigar por ministério, mas para participar das decisões.
O ministério do Gilberto Carvalho (chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República), por exemplo, não executa ações mas é ouvido”, comparou Cunha.
Ligado ao vice-presidente Michel Temer e representante do PMDB na campanha de Dilma em 2010, Moreira evita comentar o prestígio da pasta.
Prefere destacar os seus focos de atenção - primeira infância, sustentabilidade da classe média, estímulo ao investimento em florestas plantadas.
O ministro tem profissionais experientes sob seu comando.
O economista Ricardo Paes de Barros, um dos maiores especialistas no estudo da pobreza, é o secretário de Ações Estratégicas.
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.