Foto: BlogImagem O senador pernambucano Armando Monteiro Neto (PTB), em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta segunda-feira (4), afirmou que vê um cansaço na repetição dos enfrentamentos entre PT e PSDB.

E lançou o nome do governador de pernambuco Eduardo Campos (PSB) como alternativa ao que chamou de “duopólio” no cenário eleitoral nacional. “Vivemos um longo período com dois partidos na disputa, cada um com bastante tempo no poder.

Isso cansa.

E sinto isso da sociedade.

Será que no Brasil só há espaço para duas correntes?

A pluralidade é parte da evolução de uma democracia.

Vamos ver se no próximo pleito algo muda.” O senador petebista destacou a expressiva votação de Marina Silva em 2010, quando conquistou quase 20% dos votos do País ao se candidatar à presidência da República pelo PV.

Armando também destacou que vê o nome de Eduardo Campos (PSB) cada dia mais forte no cenário nacional.

Para o senador, as classes intelectuais, a comunidade científica, a mídia nacional e outros setores da sociedade estão identificando no governador de Pernambuco musculatura para uma candidatura à presidência. “O processo sucessório [nacional] sem dúvidas passará por Eduardo Campos.

Ele está no primeiro plano da política brasileira”, afirmou.

Hoje componente da base governista, mas nem tão preso ao PT, o PTB de Armando vive momento delicado.

Seu presidente nacional, Roberto Jefferson, está afastado por problemas de saúde.

E não tem uma relação muito boa nem com o PT de Dilma Rousseff e nem com o PSDB de Aécio Neves e José Serra, mesmo tendo apoiado a candidatura deste último à presidência, em 2010. “Há setores do PTB, principalmente no Nordeste e em São Paulo, que têm muita simpatia por uma candidatura de Eduardo Campos (PSB).

CRÍTICAS Na entrevista, Armando Monteiro, adotando o discurso de Eduardo Campos de que o momento não é para debater a eleição de 2014, acabou se contradizendo. “Não é de bom tom antecipar o debate sucessório”, afirmou. “A pauta do poov não é eleição”, critica. “veja o Brasil.

Crescendo pouco, inflação ameaçando, seca em Pernambuco… quem tem dimensão destes problemas não pode ficar só falando de eleição.

Até a preisente Dilma já entrou nessa”, reclamou. “Isso não contribui em nada para a melhoria da vida do povo”.

As críticas se estenderam também aos atrasos das obras federais.

E defendeu, claro, seu aliado Eduardo Campos. “As secas vêm e vão e o cenário se repete.

Isso é consequência do atraso na Transposição [do Rio São Francisco], adutoras que não foram feitas.

Veja a do Pajeú, que nem a primeira etapa foi inaugurada ainda”, atacou. “Mas o governo estadual está fazendo um grande esforço”, disse.

O senador sugeriu para o estado uma malha de pequenas adutoras, principalmente no Agreste, onde a situação é mais grave.

O sistema já é utilizado em estados como o Sergipe e o Rio Grande do Norte.

Para ele, “indiscutivelmente” houve problemas com a condução das obras da Transnordestina.

Mas Armando tratou de enfatizar que, para ele, a culpa não é do ministro socialista Fernando Bezerra Coelho. “Preciso ser justo.

O Fernando Bezerra Coelho tem feito um grande esforço de amenizar este déficit que ele encontrou ao assumir o ministério”.

PACTO FEDERATIVO A bandeira nacional levantada por Eduardo Campos (PSB), a da reformulação do Pacto Federativo, também foi defendida pelo senador Armando Monteiro Neto. “O Brasil precisa rearrumar o federalismo.

O nosso formato é desintegrador.

E precisamos de um federalismo cooperativo. É preciso fortalecer os municípios, defendendo a partilha de todos os impostos e contribuições”.

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