Por Otávio Batista No Jornal do Commercio deste sábado No meio das movimentações para a sucessão presidencial de 2014 que marcam o início desse ano, o governador Eduardo Campos (PSB) reuniu servidores públicos e comissionados de todos os órgãos e secretarias do Estado para um encontro no Teatro Guararapes, na tarde de ontem, e de lá mandou um recado claro para seus possíveis adversários em nível nacional: “vamos ganhar 2013 e 2014 também”.

Com o tema “Juntos vamos ganhar 2013” - um discurso repetido à exaustão pelo socialista -, e o teatro completamente tomado por sua claque de comissionados, o governador voltou a repetir algumas das críticas que vem direcionando ao governo petista: a queda dos repasses a Estados e municípios e a falta de projetos para combater a desigualdade regional.

Antes, em evento pela manhã, ele havia avisado ao PT que o PSB seguirá seu próprio “fuso horário” para decidir seu rumo político. “2014 nós vamos discutir em 2014.

Agora é trabalho e foco para ir buscar a consolidação e os resultados de 2013.

E quem imagina que a gente precisa começar a trabalhar agora para poder ganhar 2014, fique muito tranquilo: primeiro nós vamos ganhar 2013, e depois nós vamos ganhar 2014, com muita unidade”, discursou Eduardo Campos.

Muito embora o evento seja uma constante do governo no início de cada ano, desde 2007, para apresentar as metas e antecipar o calendário com as reuniões semanais de monitoramentos instituídas por Eduardo, o governo fez questão de tratar o assunto como interno.

O encontro não foi divulgado na agenda oficial do governador e os convites foram restritos aos servidores.

Entretanto, imagens do encontro vazaram nas redes sociais dos participantes e a reunião caiu em domínio público.

Ainda no discurso, Eduardo voltou a fustigar o governo federal tratando do tema da desigualdade regional. “Depois de dez anos, nós (o Nordeste) deixamos de ser 13% do PIB para ser 13,5%.

Em quatro anos nós conseguimos avançar a participação de Pernambuco no contexto do Nordeste em um ponto percentual.

Tudo isso é muito pouco diante do sonho que temos em fazer essa transformação e esse equilíbrio regional, que continua a ser um peso no desenvolvimento brasileiro”, disse.

Se o encontro tinha o objetivo de “compartilhar os resultados obtidos em 2012 e alinhar metas para 2013”, a meta estabelecida pelo governo para seus servidores em 2013 foi um só: cortar gastos para sobrar dinheiro e aumentar a capacidade de investimento do Estado.

O assunto foi uma constante nos discursos de Eduardo e do secretário Fred Amâncio (Planejamento e Gestão). “Nós vamos sim reduzir a despesa ruim que ainda existe onde você trabalha.

Nós vamos buscar os 400 milhões com muita ferramenta de gestão e com a sua ajuda, para fazer o maior volume de investimento público que esse Estado já viu”, disse o governador para a plateia.

No final de 2012, Eduardo prometeu que o Estado investiria R$ 3,5 bilhões em 2013, um acréscimo de R$ 400 milhões em relação a 2012, e disse que esse dinheiro viria da redução dos gastos.

Fotos: Eduardo Braga/SEI