Foto: BlogImagem O Blog de Jamildo teve acesso, com exclusividade, ao Cais do Sertão, o Museu de Luiz Gonzaga que está sendo construído no Porto do Recife.

Está ficando simplesmente fantástico, pelo que pude ver.

Os recifenses que passam pela avenida Alfredo Lisboa não tem ideia do tamanho da obra que está sendo erquida ali.

Com seus 2 mil metros quadrados somente de área expositiva, será maior do que o Museu da Lingua Portuguesa e o Museu do Futebol.

Também vai ser o primeiro do Brasil cujo prédio está sendo construíido ao mesmo tempo que o acervo.A área total construída chega a 8 mil metros quadrados.

Primeiro, nem parece uma obra pública, uma vez que os serviços de construção começaram em agosto do ano passado e devem ficar prontas no mês de dezembro próximo.

A inauguração está marcada para o dia 13 de dezembro, data de aniversário do cantor.

O cronograma reverso adotado pela empresa Brasil Arquitetura, de São Paulo, está a todo vapor. “Com a ajuda de Deus, vamos acabar de varrer tudo cinco minutos antes de o governador chegar para a inauguração”, brinca Isa Ferraz, com os prazos apertados.

Foto: BlogImagem No canteiro de obras, logo quando se chega, outra coisa que chama a atenção é a cor do concreto adotado, com um pigmento amarelado, para lembrar o barro do sertão. “Nada aqui é por acaso.

Nada é apenas decorativo.

Tudo tem um sentido”, conta a curadora do museu, Isa Grinspum Ferraz, que se envolveu com o projeto ainda em 2009.

A curadora já trabalhou na produção e instalação do Museu da Lingua Portuguesa, em São Paulo.

A curadora conta que, da fase de sonho, já passou hoje a uma inquietação grande com a conclusão das obras. “Já batemos à porta do Prozac”, brinca.

A família tem raízes pernambucanas, uma família judia do mesmo ramo da escritora Clarice Linspector.

Logo na chegada ao equipamento, na recepção, o visitante vai se deparar com um grande juazeiro, tão citado nas letras do músico nordestino, em um canteiro central.

A planta foi transportada de Gravatá para o pátio de acolhimento.

Com cerca de 10 toneladas, incluindo as raízes, foi replantada e recebe água dia sim dia não. “Pelo amor de Deus, quer ajudar, dá uma boa rezada para ela não morrer”, pede a curadora, em tom bem humorado.

Foto: BlogImagem A nave central do museu vai se chamar útero.

Trata-se de um tonel gigante, onde haverá uma sala de projeção.

A tela terá projeção quase em 360 graus e até no teto, de modo a promover uma inserção dos visitantes no clima do sertão, guiados pelas canções de Luiz Gonzaga.

Haverá cerca de 40 banquinhos sertanejos para acomodar os turistas.

Foto: BlogImagem Este ponto será interessante para a produção de audiovisual local.

Em um mês deve ficar pronto o plano de quisições, que incluem os documentários sobre o artista.

O som e a imagem do lugar será de primeiro mundo.

Outra coisa bacana que a socióloga Isa Grinspum Ferraz bolou foi a instalação de uma réplica, em tamanho reduzido, do Rio São Francisco, cortando o museu.

Quem já viajou pelo rio deve se emocionar.

Nas canções, o Rei do Baião sempre falava de Petrolina e Juazeiro, que ficam às margens do Velho Chico.

Um móbile com nomes de mulheres e homens nordestinos vai ser refletida na água do rio.

Foto: BlogImagem A curadora Isa Ferraz conta que estão previstas, no vão central, sete exposições temáticas em torno do sertão.

Confiar no sertão, Viver o sertão, Trabalhar no sertão, Criar no sertão, Cantar no sertão, Crer no sertão e Migrar (ir e vir).

Além destas áreas, haverá espaço para a exposição permanente de três filmes, sobre cordel e lugares do sertão, e até mesmo um quiosque sertanejo, onde o turista poderá gravar e levar seu CD com música de Gonzaga preferida.

Noutra sala, será possível samplear as músicas, de forma lúdica.

Noutra sala, até as crianças poderão tocar músicas regionais com instrumentos reais. “Não estamos criando um museu de coisas mortas. É um museu de coisas vivas, que façam pensar sobre o Nordeste”, diz a curadora.

Quando estiver pronto, o museu ainda vai deixar à vista os antigos alicerces do porto do Recife, cobertos por vidros.

O museu vai se estender até quase o bar Boteco.

O que está pronto até agora é a primeira fase.

Nestes dois terços que faltam, será construído os equipamentos de apoio, como o auditório e a sala de exposições temporárias, além de um restaurante escola que vai trabalhar na linha da cozinha regional.