Por Michel Zaidan Depois da veiculação das notícias, na imprensa local, da disposição do atual governador de Pernambuco em se candidatar à Presidencia da República, nas próximas eleições, a preocupação dos comunicadores sociais foi a de saber quando e se o primeiro mandatário do estado iria tomar tal decisão.

Filosoficamente, o governador sempre foi candidato.

Disse, inclusive, que estava preparado para isso, pois o seu partido tinha adquirido musculatura nas últimas eleições municipais e se tornara adulto.

Na verdade, ele se preparou para esse momento, desde o primeiro mandato, quando mandou buscar o assessor de Aécio Neves, o professor Luis Facone, para dá um “choque de gestão” em seu governo e conseguir os mesmos índices de popularidade do ex-governador mineiro.

Pelo resultado das pesquisas encomendadas por ele, pode achar que chegou mesmo a sua vez.

Porém, uma coisa é o desejo e a ambição (grande) política do governador de Pernambuco em ser Presidente da República (ou vice).

Outra coisa é o “timing” adequado para se tomar tal decisão, tanto em função do tempo longo que ainda resta para as eleições, como do efeito político de tal decisão sobre as alianças política do dirigente estadual.

Seria muito precipitado se transformar numa vitrina, durante um largo tempo, para ser atigida de várias formas e de muitas maneiras pelos seus eventuais adversários.

Aliás, o teto da casa política do governador não é tão blindado assim.

Mas a questão primordial é o impacto prematuro que uma decisão como essa teria sobre as alianças, os apoios,as simpatias de que goza hoje o governador.

Entre essas, a aliança política com o governo federal, que tem sido muito importante para o alardoado sucesso (?) de sua administração.

Sem entrar no mérito da fisionomia política desse governo (já definido, em outros artigos, como um misto de “gerencialismo capenga” e neopatrimonialismo"), o fato é que uma definição política nesse momento não só soaria como imprundente e desastrada politicamente para a gestão do nosso mandatário, como teria consequências nefastas para a sua gestão.

Afinal, ninguém nega que o governo federal tem sido um parceiro estratégico das conquistas e logros anunciados da gestão do atual governador.

Mas, há um porém nessas tratativas.

O que fazer o mastordôntico PMDB, sócio majoritário da coligação que elegeu Dilma e que certamente não largará o osso (da vice-presidencia) tão fácil assim.

Lula tem manifestado a amigos, a sua preferência por uma aliança com o PSB.

Mas há muita resistência na troca do aliado, em função da retaliação política e eleitoral que o maior partido do Congresso poderia fazer ao governo nas duas casas do legislativo federal.

Dilma não quer pagar para ver o estrago que isso poderia representar para a “governabilidade” de sua gestão.

Por enquanto, é o PMDB que permanece na chapa da reeleição presidencial.

Para o nosso governador é mais lucrativo parecer que é ou pode ser candidato, do que dizer agora que é.

O seu cacife político continua em alta no mercado das ações sucessórias/eleitorais. É a bola da vez.

Nem confirma, nem nega.

Diz apenas que o seu nome está a disposição dos amigos e da Presidenta, se ela assim o desejar.

Enquanto isso, vai colhendo os benefícios dessa autêntica “dança de rato” - sou e não sou, vou e não vou.

Talvez, quem sabe, pode ser….