Foto: BlogImagem O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), apresentpou palestra no seminário “Nordeste: Como enfrentar as dores do crescimento”, do Diálogos Capitais, evento promovido pela revista Carta Capital.

O socialista apresentou o modelo de sua gestão no estado e defendeu um novo pacto federativo para diminuir os desequilíbrios regionais, alfinetando o Governo Federal.

Ao defender um maior equilíbrio regional, o governador - cada vez mais candidato a presidente da República - afirmou que para alcançar o referido equilíbrio em 16 anos seria preciso que o Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste crescesse 3% mais que a média brasileira.

Ele defendeu que, para conquistar o objetivo, o volume médio de investimento anual na região deveria ser de R$ 110,9 bilhões. “Precisamos mudar esse pensamento atrasado, como se política se fizesse de maneira compensatória.

As lideranças do Nordeste não querem favores, querem ajudar o país”, afirmou, claramente alfinetando a a gestão federal petista, da qual é aliado.

Exibindo um mapa de investimentos do setor automobilístico - que alcançará os R$ 33,6 bilhões nos próximos anos - no país, Eduardo Campos lembrou que ter a planta, abrindo-se espaço para receber os investimentos, é fruto de uma decisão política. “Precisamos adotar a meritocracia”, defendeu.

Após lembrar que na última crise do capitalismo, em 1930, o Brasil aproveitou o momento para crescer, iniciando a sua transição da economia rural para a indústria.

O socialista também ressaltou que o Nordeste ajudou o Brasil a superar a crise internacional do capitalismo no biênio 2008 e 2009. “Se recordarmos a história, veremos que o Centro-Oeste já teve esse papel por duas décadas, quando o crescimento nacional estava estagnado e a região continuou crescendo.

Precisamos ver as desigualdades regionais não como uma ameaça, mas como uma oportunidade para desenvolver o país”, defendeu.

O caminho para colocar a Federação rumo ao equilíbrio regional, para o gestor, é um novo Pacto Federativo que desse mais independência para os poderes estaduais e municipais. “Todas as vezes em que se teve democracia neste país, tivemos liberdade e fortalecimento do poder local.

Por isso defendo um novo Pacto Federativo, com mais equilíbrio entre União, estados e municípios”. “Houve um tempo em que a União era quem mais investia.

Depois, os municípios tiveram seu momento.

Mas de quatro anos para cá, quem mais investe são os estados.

Então é muito importante que os estados façam suas tarefas de casa”, afirmou, mostrando o crescimento de Pernambuco nos últimos anos, sempre acima da média do Nordeste e do país. “Mas dá para ver claramente que o Nordeste não consegue crescer”, afirmou.

Para o governador, quando faltam recursos numa creche municipal, o Governo federal tem culpa. “A União precisa investir mais no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).

O Governo Federal não pode investir menos que os estados”, criticou.

Citando os casos do norte de Minas Gerais e do sul do Rio Grande do Sul, Eduardo Campos lembrou que a excessiva dependência dos municípios com relação à União não se reflete só nas regiões, mas dentro de um estado.

Ao afirmar que a centralização na União estaria prejudicando o crescimento dos estados e, consequentemente, o crescimento da Nação, Eduardo Campos voltou a adotar tom duro contraa gestão petista, encabeçada por Dilma Rousseff (PT). “Nós vivemos um 2011 pior que 2010.

Também tivemos um 2012 pior que 2011.

E agora precisamos de um 2012 melhor que 2011.

E para isso não podemos diminuir a discussão política, pensando na próxima eleição.

Precisamos pensar na próxima década”, afimrou.