Letícia Lins, no jornal O Globo O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, em recado velado a petistas e tucanos, recomendou nesta sexta-feira aos prefeitos do seu estado que se preocupem com o futuro e não com a herança que receberam dos antecessores. — É preciso parar de alimentar esse debate velho e cansado, de um botar a culpa no outro.

E também é preciso humildade para reconhecer os acertos, mesmo que eles sejam oriundos dos nossos adversários — disse Campos, salientando que a construção da democracia no Brasil foi levada a efeito por pessoas que hoje lutam pelo poder. — A gente tem que ter humildade para reconhecer erros e acertos.

Hoje, por exemplo, não podemos dizer que nós, da esquerda, estávamos certos quando dissemos que o Real seria um fiasco.

Ali, a esquerda errou — afirmou.

Embora não goste de responder a provocações, o governador rebateu acusação antiga do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de que ele e a ex-senadora Marina Silva estão “no divã”, por não saberem se são governo ou oposição: — Garanto que estou muito mais tranquilo do que ele.

Campos confirmou ontem que convidou a ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça, para ingressar no PSB, com o objetivo de disputar o governo da Bahia.

Ele disse que vários socialistas já mantiveram conversas com a ex-corregedora nacional de Justiça e lembrou que, caso ela queira mesmo entrar na política partidária, o PSB estará de braços abertos para recebê-la. — Se não existia convite, eu o fiz publicamente agora.

Se ela deixar a magistratura, não sei se já tomou essa decisão, e entrar na política, sabe muito bem que o nosso partido está com as portas abertas para ela — declarou.

Indagado se o PSB vai procurar outras pessoas que, como Calmon, não têm cacife eleitoral, mas que são consideradas baluartes da ética, respondeu: — Não queremos o monopólio da ética, mas queremos contribuir para que a vida pública seja feita com mais ética.

Mas não ao ponto de achar que quem é mais sério só se filia ao PSB.

O que estamos fazendo é seguir as estratégias que montamos lá atrás, desde 2004, de crescimento do nosso partido.

Acho que, onde tiver gente séria, querendo fazer política, o PSB deve ir buscá-las para ajudar na construção da legenda.