Gurgel é acusado por Collor de ter direcionado licitação No Jornal do Commercio desta sexta-feira Em votação relâmpago e simbólica, o senador Fernando Collor (PTB-AL) conseguiu aprovar ontem requerimento de sua autoria pedindo que o Tribunal de Contas da União (TCU) faça uma auditoria especial para investigar a participação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, na compra de 1.200 tablets.
Em sua cruzada contra Gurgel, Collor o acusa de ter comandado uma licitação direcionada, no valor de R$ 3 milhões, no final de 2012.
A PGR informa que não houve qualquer contestação sobre a licitação.
Aproveitando o plenário praticamente vazio, Collor pediu que o presidente da mesa no momento, Jorge Viana (PT-AC), colocasse seu requerimento em votação, o que foi feito.
Além de Collor e Viana, quatro senadores estavam em plenário - Ana Amélia (PP-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP), Wellington Dias (PT-PI) e Garibaldi Alves (PMDB-RN).
Como não houve manifestação em contrário, o requerimento foi aprovado.
Agora o pedido será encaminhado ao TCU.
No dia da eleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) para presidente da Casa, Collor discursou defendendo sua eleição para que ele pudesse agilizar a tramitação do requerimento de investigação de Gurgel.
No discurso mais incisivo em defesa de Renan, seu conterrâneo e ex-integrante da chamada “Turma de Alagoas”, durante sua gestão no Palácio do Planalto, Collor atacou o chefe do Ministério Público: “Esse senhor (Gurgel) é um prevaricador, um chantagista, sem autoridade moral para colocar um senador numa situação constrangedora”, discursou Collor, reclamando do pedido de investigação contra Renan, que Gurgel encaminhara ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Para rebater as acusações de Collor sobre a eventual licitação direcionada, depois do discurso na tribuna, a PGR divulgou nota dando explicações sobre a compra.
Segundo a nota, a PGR optou pelo tablet iPad 3, da Apple, porque a Lei de Licitações permite a indicação de uma marca em casos como esses, e o processo teve aval da área técnica.