Foto: Clemilson Campos/JC Imagem Candidato nas entrelinhas a presidente da República, o governador Eduardo Campos (PSB) criticou a burocratização do governo federal para liberar recursos.

Ao mesmo tempo, no seu discurso durante o fechamento do seminário Juntos por Pernambuco, no qual juntou todos os 184 prefeitos das cidades pernambucanas, nesta sexta-feira (22), ele exaltou a “inovação” imprimida pelo seu governo no serviço público com a criação do Fundo de Desenvolvimento dos Municípios (FPM), pelo qual o Estado vai liberar para todas as cidades um dinheiro que equivale a uma parcela extra do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para investimento em obras.

Eduardo Campos tenta superar governo federal e vai dar ´13º parcela do FPM´ aos municípios do Estado PE dá exemplo ao Brasil de como fazer política integrada, diz aliado de Eduardo “Estamos inaugurando algo inovador na relação federativa brasileira. É uma experiência que deve vir para ficar”, exaltou.

Em uma crítica, sem citar nomes, à liberação de R$ 66,8 bilhões, por meio de convênios, para os municípios de todo o País anunciada pela presidente Dilma Rousseff (PT) no início do mês, o governador defendeu a atualização das “velhas práticas” e do “Estado dos cartórios e dos papéis”. “Uma conta que nunca se faz é o dinheiro perdido por causa da burocracia. É mais proveitoso para o povo um repasse fundo a fundo do que pedir meio mundo de certidões que não dizem nada.

Não há como explicar ao Brasil os contornos que a burocracia impõe aos gestores.

Se alguns controles servissem, a gente não via tanta gente usurpando dinheiro público”, observou.

Para Eduardo, o País precisa de agilidade, menos burocracia e controle para crescer.

A ajuda anunciada por Dilma frustrou os prefeitos - que vivem um aperto financeiro por causa da redução dos repasses do FPM, provocado pelas políticas do governo federal para superar a crise financeira mundial -, já que muitos não podem assinar convênios, por estarem inadimplentes com a União, por exemplo.

Apesar de não assumir o posto de presidenciável, Eduardo faz constantes sinalizações de que pode romper com o PT para um voo solo.

O seminário serviu para mostrar sua força política e, seu discurso no encerramento, para tirar as dúvidas de quem ainda acredita que ele não quer ser presidente (se é que existe alguém que ainda aposte nisso).