Por Luciano Siqueira, especial para o Blog de Jamildo Mundo em transição – da unipolaridade exercida por uma superpotência descendente, os EUA, a uma multipolaridade futura, na qual cabe espaço importante a países emergentes, como o Brasil.
Esse traço da atualidade mundial serve de referência para entender o sentido desta notícia, veiculada dias atrás – a inversão do tradicional movimento de saída de brasileiros para outros países em favor da vinda de forâneos para cá.
Oportunidades de emprego e estudo, inclusive pela qualidade do ensino aqui desenvolvido, são fatores determinantes da vinda para o Brasil de um maior número de estudantes estrangeiros em 2012.
Colombianos, franceses, portugueses e angolanos se destacam dentre os que mais procuram as cidades brasileiras para estudar, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores – que controla a emissão dos vistos.
A planilha do ano passado é expressiva: 1.333 estudantes colombianos, 944 portugueses, 934 franceses e 745 angolanos.
Em relação a 2011, um crescimento do fluxo perto de 50%.
Podemos não ser o novo Eldorado, mas depositários de sonhos e expectativas, sim.
Até porque na Europa e EUA prossegue a crise estrutural, econômica, financeira e de perspectiva, que está longe de dar sinais de superação.
E a juventude tem pressa, deseja um lugar ao sol – especialmente aqui em nossa bela a receptiva terra tropical.
Isto apesar do crescimento reprimido do PIB em 2012, de 1%, e dos maus agouros da anêmica oposição partidária – PSDB, DEM e PPS – e midiática, esta agressiva, tergiversante e sistemática.
A vinda de estudantes estrangeiros para cá, assim como de profissionais qualificados em diversas áreas – cujo fluxo tem igualmente atingido números elevados nos últimos anos -, é um fenômeno positivo.
Seja porque reforça em nossa gente a inteligência, a criatividade e ímpeto trabalhador, que nos são característicos, seja porque possibilita que quadros aqui formados futuramente venham a contribuir para o progresso em seus países de origem.
Na medida em que a meta estabelecida pela presidenta Dilma para este ano – crescimento do PIB em torno de 4% - venha a se confirmar, esse fluxo invertido tenderá a crescer.
Uma espécie de internacionalismo produzido pelas mudanças geopolíticas e econômico-espaciais em curso no mundo.
Que assim seja.