O que passa na cabeça de alguém que faz isso?

Era meio-dia e a marca da falta de educação já estava por lá.

O comércio na Conde da Boa Vista esquenta mesmo a partir das 9h.

Três horas depois as calçadas da principal avenida do centro comercial do Recife já estava consideravelmente suja.

E ninguém pode culpar a falta de lixeiras.

Num espaço de 30 metros há sete lixeiras.

Quem transita no local à noite tropeça em lixo.

O cenário é horrível.

E contribui para o fedor e a quantidade de ratos e baratas nas imediações.

Tudo fruta da falta de educação dos recifenses.

A recepcionista Nayara Thaysa, de 19 anos, é um (mau) exemplo.

Questionada pelo Blog sobre a sujeira na via, ela afirmou considerar “ridículo” o quadro. “Prejudica o meio ambiente”, lembrou.

Mas estávamos lá, ao lado dela, quando ela jogou a paleta do sorvete no chão, a menos de dois metros de uma lixeira. “Mas no momento eu estava aqui e o lixeiro alí”, disse, entre risos, reconhecento a situação contraditória.

Apesar de reconhecer que a falta de educação é das pessoas, ela também criticou os comerciantes que vendem produtos nas calçadas, acusando-os de produzir o lixo.

Praticamente ao lado de Nayara, estava o comerciante Wellington Farias.

Vindo do Mato Grosso, o vendedor disse que a situação é absurda. “Já passei por muitas cidades, mas nunca vi tanto lixo no chão como aqui. É absurdo”, criticou.

Para ele, as lixeiras nos postes são importantes para deixar claro que o quadro é fruto da falta de educação da população. “E mesmo se não tivesse lixeira, é uma questão de educação pessoal.

Você tem de guardar seu lixo”, defendeu.

Ele carrega consigo uma sacola plástica onde guarda todo o lixo que produz para, ao fim do dia, jogá-lo numa das lixeiras.

Elas, aliás, normalmente estão vazias. “Os varredores passam aqui cinco vezes por dia, mas eles não vencem a falta de educação.

Meia-hora depois de passarem, já está quase tudo do mesmo jeito.

Tod atarde eles retiram as lixeiras para pegar o lixo e quase sempre elas estão vazias!”, afirmou, com tom de indignação. “Entre os dias 1º e 10 do mês, quando ‘o pessoal’ compra mais, o cenário é bem pior.

Fica um inferno”. É triste.

Comerciante Wellington Farias faz a sua parte. (Foto: BlogImagem) Complementando a informação divulgada no Blog de Jamildo nesta quarta-feira (2), a Emlurb esclareceu, em nota, que a coleta de lixo no bairro da Boa Vista e, também, na Avenida Conde da Boa Vista, é realizada diariamente, de segunda a sábado, no período noturno. “A varrição das ruas e da Avenida também acontece todos os dias, nos turnos da manhã, tarde e noite.

Além disso, dois garis ficam em locais onde há maior concentração de pessoas transitando, realizando a varrição em um trecho de 100 metros: um faz a limpeza na altura da Rua da Soledade, perto do posto para compra de carga para o VEM, e o outro fica nas imediações do Shopping Boa Vista.

A Emlurb também faz a lavagem das ruas em pontos avaliados como críticos pelos técnicos do órgão”.