“Quando o mundo indignado assiste ao longo de décadas o povo Cubano vivendo numa ditadura familiar, a blogueira Yoani Sánchez é uma das poucas vozes a levar ao mundo as atrocidades da ilha.
Numa visita ao Brasil, sob pressão e acompanhamento do PT, assistimos estudantes e sindicalistas que vivem custeados com dinheiro público, armar hostilidades a uma cubana que defende o melhor dos sistemas,a democracia”, afirmou, indignado, o deputado federal Augusto Coutinho (DEM-PE).
A ativista política foi recebida com protesto por um grupo de cerca de 20 pessoas no aeroporto internacional de Recife, na madrugada da última segunda-feira (18).
A visita é a primeira de uma série viagens que começa pelo Brasil e a levará também a República Tcheca, Espanha, México, Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Peru entre outros.
Nos últimos cinco anos, Yoani havia recebido mais de 20 recusas para poder viajar ao exterior.
A palhaçada já era esperada.
Neste final de semana, a edição da Veja desta semana traz com exclusividade a matéria “O dossiê da vergonha”, que trata de eventual conspiração contra a dissidente cubana Yoani Sánchez.
Segundo a revista, o governo de Raúl Castro e militantes ligados ao PT, PCdoB e Central Única dos Trabalhadores (CUT) planejariam espionar os passos da blogueira durante sua visita ao país.
A matéria também cita o envolvimento de um assessor do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
A reportagem da revista Veja revelou que no dia último dia 6, ativistas foram chamados pela Embaixada de Cuba em Brasília para uma reunião com o embaixador Carlos Zamora Rodríguez.
O encontro teria intrigado os convidados pela ausência de protocolos oficiais. “Os participantes foram convocados de última hora, por telefone, e orientados a não dizer os nomes, mas apenas as entidades e os partidos que representavam, durante a reunião”.
De acordo com o texto, o embaixador explicou que a reunião foi marcada para ajudar o regime cubano a “colocar nas ruas uma ofensiva de ‘contrainformação’ para ‘desmascarar’ Yoani Sánchez”, classificada como uma mercenária a serviço dos Estados Unidos.
Rodríguez disse que a ação precisava ser rápida e que seria bem-sucedida se tivesse o apoio das redes e de jornalistas e blogueiros “amigos do regime”.
Veja afirma que os presentes receberam um CD, “com capa diferente, provavelmente para identificar um eventual vazamento”.
Tratava-se de um dossiê com informações que contribuiriam para a campanha contra a blogueira cubana.
A matéria cita que, incomodados por não poderem divulgar a origem das acusações contra Yoani, “alguns militantes preferiram abandonar a reunião ainda no começo”.
A publicação da Editora Abril revela que o dossiê tem 235 páginas e contém artigos publicados sobre a blogueira, fotos e “sórdidas montagens com insinuações de que ela teria se rendido ao dinheiro porque bebe cerveja, come banana e vai à praia”.