Foto: Wilson Dias/divulgação Da Agência Estado A presidente Dilma Rousseff deve fazer em março uma reforma ministerial mais ampla do que a prevista inicialmente para acomodar novos aliados e resolver pendências com antigos parceiros, num movimento planejado para construir as bases de sua campanha à reeleição, em 2014.

Empenhada em conquistar apoios, Dilma pode ceder à cúpula do PDT que reivindica a troca do ministro do Trabalho, Brizola Neto, e atender o PR, ávido por substituir o titular dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.

Os movimentos da presidente, na fase pós-faxina - período iniciado em julho de 2011, quando seis ministros foram substituídos por conta de irregularidades nas pastas -, têm o objetivo de evitar que apoiadores do PT sejam atraídos por outros candidatos ao Palácio do Planalto.

O governo acompanha com lupa os passos do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do senador Aécio Neves (PSDB-MG), possíveis adversários de Dilma na disputa do ano que vem, e fará de tudo para impedir a debandada de aliados.

Brizola Neto se reuniu nessa sexta-feira (15) com dirigentes da Força Sindical, em São Paulo.

O ministro contou que Dilma lhe telefonou e garantiu que notícias sobre sua saída não passam de “especulação”.

Contrariada com o “vazamento” de informações, a presidente também pediu à ministra da Comunicação Social, Helena Chagas, que negasse a preparação de uma reforma ministerial, neste momento.

O desmentido foi publicado no Blog do Planalto.

Antes do carnaval, o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse a Dilma que o partido não se sente representado por Brizola Neto, seu desafeto.

Ex-ministro do Trabalho, defenestrado em 2011, no rastro de denúncias de corrupção, Lupi indicou para o ministério o secretário-geral do PDT, Manoel Dias.

Dilma ainda não deu resposta.

Nos bastidores do Planalto, o comentário é que Brizola Neto não consegue unir o PDT e não emplacou nem o líder da bancada do partido na Câmara.

Disputa o comando do PDT com Lupi que, apesar das acusações contra ele, detém a hegemonia do partido.

Nos últimos dias, Dilma teve várias reuniões reservadas para tratar da reforma na equipe.

Conversou com o vice-presidente Michel Temer e com os ministros Aloizio Mercadante (Educação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Alexandre Padilha (Saúde).

Dias antes, já havia se encontrado com dirigentes do PDT e do PR.

A prioridade de Dilma é manter a dobradinha com o PMDB na campanha da reeleição.

Apesar dos rumores sobre uma aproximação com Campos, ela não pretende oferecer a vaga de vice ao PSB em sua chapa.

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.